Um estudo realizado por pesquisadores da USP de São Carlos, apoiados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, concluiu que o uso das máscaras adequadas consegue conter a transmissão da covid-19 no ambiente escolar e até em municípios com baixa porcentagem de vacinação.
Segundo o trabalho, pessoas que usam os equipamentos N95 e PFF2 têm proteção 50% maior em relação às que usam máscaras de menor qualidade, como as de pano, por exemplo.
O levantamento foi feito com a população de Maragogi/AL, que tem 33 mil habitantes e segundo as estatísticas do grupo, tem a renda e demografia média de 40% dos municípios brasileiros. O pesquisador Sérgio Lira afirma que a eficácia do uso das máscaras adequadas foi comprovada. “O monitoramento poderia manter o número de casos bem menor. Houve um acompanhamento com medidas seguras e de fato foram poucos casos”, explica.
Em Campinas, por exemplo, o uso de máscaras em escolas era obrigatório até ter sido derrubado em duas votações na Câmara, dependendo ainda da sanção do prefeito Dário Saadi. Para Lira, o uso da máscara correta nas instituições de ensino inibiria a transmissão do vírus mesmo que as crianças tenham contato em outros ambientes. “A escola serve como uma conexão de pessoas de ambientes diferentes e pode ser um disseminador”, diz o pesquisador.
A pesquisa concluiu ainda que em um cenário em que ninguém usa máscaras, variantes mais transmissíveis como a ômicron poderiam infectar até 80% da população e um estudo internacional apontou que 77% das crianças que não usaram máscaras contraíram a covid-19 em escolas norte-americanas. O trabalho foi publicado na plataforma Arxiv, da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, Estados Unidos.