A falta de contraste é um problema que começou a chamar a atenção nos últimos dias em hospitais de todo o mundo, e isso, claro, tem reflexo aqui na região de Campinas.
Uma nota técnica divulgada semana passada pelo Ministério da Saúde já orientava as unidades a “economizar” nos exames que precisam do contraste iodado.
Este insumo é utilizado em tomografias, cateterismo, angiografias e angioplastias.
O problema tem relação com a guerra entre Rússia e Ucrânia e também com a pandemia de covid-19.
Uma das principais empresas afetadas, o laboratório GE Healthcare, informou, em nota, que a fábrica de Xangai havia sido afetada, mas que, desde o início do mês de junho, retomou em 100% a capacidade de produção.
No entanto, devido à escassez no mercado internacional, ainda há a dificuldade no atendimento e normalização da relação entre oferta e demanda.
O ministério recomenda a avaliação do estoque e priorizar procedimentos em pacientes de maior risco, além de reservar a quantidade a partir do cálculo histórico da demanda mensal.
Medidas que já são tomadas aqui no em São Paulo, como explica o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, que tenta avaliar alternativas para suprir a falta do contraste.
“Temos conversado com o Ministério para que ele se ponha à frente da discussão e avalie alternativas para que o país todo não fique sem o insumo”, disse.
A CBN Campinas fez um levantamento com unidades de saúde da cidade que utilizam o contraste em procedimentos.
Hospital PUC-Campinas
O Hospital PUC-Campinas informou que o abastecimento está irregular, e que gerencia agendas e prioriza atendimentos de urgência e emergência, e que há um gerenciamento para não prejudicar quem necessita dos medicamentos.
A unidade ressaltou que somente os contrastes para radiologia são impactados. Já os usados para ressonância magnética estão com fornecimento normalizados.
Vera Cruz
O Vera Cruz Hospital e o Vera Cruz Casa de Saúde estão operando normalmente, com fluxo normal de contraste e sem qualquer problema nos atendimentos aos pacientes.
Hospital de Clínicas
O Hospital de Clínicas da Unicamp, que utiliza seis contrastes para diferentes especialidades médicas, diz enfrentar com extrema dificuldade a garantia dos estoques.
A superintendência tem feito reuniões diárias para avaliação com as equipes médicas e com a farmácia sobre a racionalização dos medicamentos e contrastes iodados, além do planejamento de compras ou importação direta visando à manutenção dos estoques e a assistência na instituição.
Rede Mário Gatti
A secretaria de Saúde de Campinas diz monitorar a disponibilidade de exames que precisam do contraste na Rede Mário Gatti, e, quando há problemas, urgências e emergências são priorizadas. As tomografias que não precisam do insumo estão sendo agendadas normalmente.