A inflação, especialmente no setor de alimentação, tem sido noticiada constantemente e a situação parece intensificar-se a cada ano. Agora, o mesmo passa a ocorrer no setor de vestuário, que está entre os produtos que mais puxaram a inflação neste ano, com uma das maiores altas, de 10,69%.
As consequências econômicas na região de Campinas ocorrem principalmente nos polos da indústria têxtil, de Americana, Santa Bárbara d’ Oeste, Nova Odessa e Sumaré.
Eduardo Garcez, gerente de uma indústria têxtil de Americana, cita o aumento nas despesas com gás, energia e custos do algodão como motivos que ajudaram na disparada dos preços. “O aumento no custo da matéria prima foi repassado apenas em parte ao consumidor. A indústria têxtil, pressionada pelos custos de produção, enfrenta dificuldade na gestão de caixa”.
Com isso, está prevista uma intensa desaceleração para o setor até o fim de 2022. No entanto, Garcez aponta uma tendência de estabilização nos próximos meses. “Mas é preciso que ocorra controle inflacionário e redução no preço das matérias primas”.
Além do custo da cadeia produtiva, que passou a ser sentida com o fechamento do comércio em 2020, outro motivo da inflação no setor é a redução na oferta de acessórios e tecidos vindos da China.
O advogado tributarista, Nicholas Coppi, destaca ainda a quebra de expectativa no primeiro trimestre de 2021. “Não houve a recuperação econômica esperada e as constantes altas nos preços dos combustíveis geram impacto no custo logístico”.
O advogado tributarista acredita numa recuperação econômica lenta e gradual, citando medidas que, para ele, contribuem para isso, como a redução do ICMS dos combustíveis.