O encerramento definitivo das atividades da unidade do Poupatempo da Avenida Francisco Glicério, em Campinas, no fim de janeiro deste ano, se tornou um símbolo do reflexo negativo do fechamento de estabelecimentos comerciais, de ensino e de serviços no centro, que vem ocorrendo nos últimos anos.
O Poupatempo, que é um serviço oferecido pelo Governo Estadual, ficou na Glicério por 22 anos e foi o terceiro inaugurado em São Paulo. Paulo Henrique de Carvalho tem um chaveiro próximo ao local e relata uma redução de 30% a 40% no movimento do seu comércio após o fechamento.
Dezenas de estabelecimentos foram fechados no trecho, entre eles, estacionamentos, uma padaria que funcionava há mais de 30 anos na Glicério com Rua Costa Aguiar, uma grande loja de roupas em frente ao antigo Poupatempo, entre outros.
No Mercado Campineiro, na Rua Barão de Jaguara, vários boxes foram fechados. Douglas Affonso, que tem um box no local, lembra que a pandemia também contribuiu para a redução de consumidores no local, mas dos 40% de perda no movimento, 20% ele atribui ao fechamento do Poupatempo.
Quem mora ou frequenta o centro de Campinas, considera que o fechamento do Poupatempo trouxe sensação de abandono e contribuiu para a degradação, como relata Alexsandro Gomes Bezerra.
Para tentar reduzir os impactos desse fechamento, foi instalado um posto do Poupatempo Digital, no andar térreo do Paço Municipal. No entanto, para a proprietária de um Comércio de Foto e Impressão, Bruna Gallo Ingrao, a medida não foi suficiente para devolver o mesmo movimento que o antigo trazia.
A Prodesp, que gerencia o Poupatempo, informou que o Governo de São Paulo ampliou a oferta de serviços à população com a expansão dos postos do Poupatempo e que a região de Campinas foi a que mais recebeu unidades, contando hoje com 38 em funcionamento, sendo em Campinas, dois postos, o Campinas Shopping e o Campinas Digital.
