Mulher relata espera de seis horas por medicação no PSA do Mário Gatti

Foto: Arquivo CBN/Guilherme Pierangeli

Imagine que você amanheceu com fortes dores e decidiu buscar atendimento médico. Ao chegar no Pronto Socorro do hospital, em vez de encontrar um ambiente tranquilo e seguro, você se depara com tumulto, fichas sendo perdidas, falta de informação e pessoas chorando de dor.

A filha de uma paciente que buscou atendimento no Pronto Socorro Adulto (PSA) do Hospital Mário Gatti no último dia 09, e que pediu para não ser identificada, afirma que foi esse o cenário que elas encontraram.

A paciente estava com dores no estômago e foi orientada a esperar para receber a medicação. A filha dela ouviu de outros pacientes que a equipe de medicação havia parado de atender às 7h. A mulher afirma que levou a situação ao conhecimento da Ouvidoria do hospital, mas ouviu em resposta que nada podia ser feito porque os novos enfermeiros da unidade ainda estão aprendendo os procedimentos do PSA.

Uma funcionária do Hospital Mário Gatti, que pediu para não ser identificada, afirma que todos os antigos enfermeiros do Pronto Socorro Adulto foram realocados para outros setores do hospital e que um novo grupo de enfermeiros assumiu as demandas do PS sem passar por um período de experiência com os antigos. Segundo a funcionária, o diretor técnico do Hospital Mário Gatti assumiu o risco de falhas no atendimento à população.

A CBN entrou em contato com a assessoria da Rede Mário Gatti.

Nota da Rede Mário Gatti:

Não procede a informação de que a equipe de medicação parou de chamar pacientes às 7h na segunda-feira, dia 09. O PSA  trabalha com equipe completa e em nenhum momento houve interrupção do serviço. Para poder atender a alta demanda de pacientes que buscaram atendimento no PSA, uma segunda sala de medicação foi aberta nesse dia.

Pacientes que chegam ao PS passam por classificação de risco, o que permite identificar prioridade e o tempo alvo recomendado até a avaliação médica caso a caso. A classificação permite que pacientes sejam atendidos por critério de gravidade de risco e não por ordem de chegada.

Os novos profissionais que passaram atuar no PSA estão sendo acompanhados por profissionais experientes do Hospital Mário Gatti nesse período de transição, para dar apoio em todas as necessidades.

A Rede Mário Gatti informa também que não houve terceirização do PSA, que continua sob gestão da Rede. A contratação da Cejam, por meio de licitação, visou substituir o contrato que estava vigente no Hospital Ouro Verde, ampliar a oferta de serviços multiprofissionais e também atender as necessidades do Hospital Mário Gatti, para preencher postos de trabalho de profissionais que estão se aposentando e aqueles com contratos temporários, de forma a evitar risco de desassistência aos pacientes. Até maio, sairão 153 técnicos de enfermagem e 28 enfermeiros que estão com contratos temporários. O contrato da Cejam está repondo a saída dos temporários e dos aposentados.

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