No ambulatório de especialidades do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas, as filas já dobram o quarteirão antes das 6h da manhã. Pacientes de dezenas de cidades paulistas aguardam por atendimento. A adminstradora Roseli Jacinto, de Sumaré, também chegou cedinho, antes das 7h. Ela trouxe a mãe, que tem lúpus e faz vários acompanhamentos no hospital. Apesar da demora, ela elogia o atendimento.
Quem chega mais cedo e consegue ficar no início da fila, pega as primeiras senhas. Pelo menos 60 cidades encaminham os pacientes do SUS para Campinas. A superintendente do HC, Elaine de Ataíde, afirma que, por período, chega a 100 o número de atendimentos realizados por cada ambulatório. Por isso, com a alta demanda, as filas extensas acabam se formando.
O ambulatório oferece, 33 especialidades médicas, além de outras não médicas. Os atendimentos ocorrem por meio de uma parceria entre os governos municipal, estadual e federal. O número de atendimentos no ambulatório cresceu durante a pandemia: subiu 29% entre 2020 e 2022, segundo levantamento obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo em Campinas. De acordocom o balanço, em 2020, foram registrados 305.291 atendimentos, total que subiu para 311.730 em 2021 e 394.273, em 2022. A superintendente do HC destaca que o aumento é puxado, por pacientes com câncer que recebem o diagnóstico nas Unidades Básicas de Saúde, as UBSs, e são encaminhados para o HC.
Para tentar reduzir as filas, o HC afirma que tem realizado mutirões de quimioterapia e que planeja realizar os “corujões”, que são os atendimentos noturnos, de radioterapia em março. Além disso, a superintendência destacou a importância de as pessoas se prevenirem contra algumas doenças. O número de atendimentos no Pronto Socorro do HC da Unicamp também aumentou. O salto foi de 43% em quatro anos, de acordo com dados da própria instituição.