O Instituto Butantan deverá disponibilizar em breve vacinas contra a dengue e a chikungunya, além introduzir de um projeto pioneiro para o tratamento do câncer, realizado em parceria com a USP e a Unicamp. Em entrevista à CBN Campinas, o médico hematologista Cármino de Souza, ex-secretário municipal de Saúde de Campinas e atual presidente do Conselho Curador da Fundação Butantan, afirmou que vacina que previne contra a chikungunya deve ser disponibilizada já neste ano. “A vacina mais próxima dentre as arboviroses para vir para o PNI é possível que a chikungunya nós tenhamos a vacina ainda neste ano, ou, no limite, no início do ano que vem, já a vacina contra a dengue é pro ano que vem”.
O imunizante contra a dengue do Butantan passou pelos testes necessários, e tem eficácia de 79,6% segundo os primeiros resultados da fase três dos estudos clínicos. A vacina terá dose única, e deverá ser eficaz contra três dos quatro tipos da doença. Ao contrário de uma vacina contra a dengue disponível na rede privada, que só pode ser aplicada em quem já teve dengue, o imunizante poderá ser aplicado tanto em quem já teve, quanto em quem nunca teve a doença. “É a única vacina do mundo que dará cobertura para três subtipos, um, dois e quatro, para o tipo três não dará pois ele não circulou no Brasil, então não podemos garantir a eficiência dela para esse subtipo”.
Carmino ressaltou que esta é a primeira vacina a ser desenvolvida no hemisfério sul com a transferência da tecnologia para o hemisfério norte, ou seja, o oposto do que acontece habitualmente, e destacou que a dengue está no mundo inteiro, com epidemias até nos Estados Unidos e na Itália, e que ela não será erradicada devido à facilidade de proliferação do Aeds Aegypt.
Além das vacinas contra arboviroses, Cármino destacou que novas fábricas estão sendo construídas pelo Butantan para gerar insumos para o tratamento de cânceres hematológicos e doenças autoimunes. “Você pega o linfócito do paciente que tem uma leucemia, um linfoma, modifica, e devolve esse linfócito do próprio paciente, que vai combater, essa é uma terapêutica extremamente importante, vocês vão ouvir falar muito nisso, e o Butantan tá com duas fábricas finalizando, será possível fazer modificações genéticas em até 360 pacientes por ano a hora que as duas fábricas estiverem prontas”. As fábricas estão sendo construídas nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto.