Comdema contesta laudo que condenou 108 árvores do Bosque

Foto: Arquivo CBN/Guilherme Pierangeli

O laudo técnico de vistoria obtido pela Prefeitura de Campinas que condenou 108 árvores do Bosque dos Jequitibás não informa quais as técnicas utilizadas, e não tem o detalhamento necessário. É o que afirmou a presidente do Comdema (Comdema o Conselho Municipal do Meio Ambiente de Campinas, Maria Helena Novaes Rodrigues, em entrevista à CBN Campinas. “Ainda que esse laudo esteja assinado por diversos técnicos, não nos parece que houve aplicação de técnicas cuidadosas que tenha havido prevenção para que os cortes não sejam feitos, pois é isso que permite o acompanhando se houver um inventário, inventário que não foi feito”.

Ela destacou que uma lei de 2003 determina que haja um inventário completo das árvores da cidade, e atribui a situação atual à falta deste inventário. “Existe uma lei municipal, número 11.571/2003, que determina que aconteça o inventário todo das árvores em Campinas, e o fato de a gente estar nessa situação emergencial é um reflexo desta falta de informação e de falta de inventário adequado”.

A presidente do Comdema afirma que há muito pouca interlocução entre os técnicos do conselho e os da secretaria de Serviços Públicos, e que inclusive o conselho publicou uma moção de repúdio contra as atitudes do titular da pasta, o secretário Ernesto Paulella, pela forma com que vem conduzindo essas questões.

O aval para o corte das árvores terá de partir de outro conselho, o Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas). Uma das possibilidades levantadas para tentar acelerar este processo é uma decisão na modalidade “ad referendum”, que seria tomada pela presidente do Condepacc, Alexandra Caprioli (que também é secretária municipal de Cultura e Turismo) para posterior avaliação do colegiado. “Se o aval for dado pela secretária ad referendum a secretaria de Serviços Públicos poderá cortar já as árvores, pois com certeza o Condepacc acabará não referendando, pois é preciso haver um laudo, um aval, da coordenadoria setorial do patrimônio cultural de Campinas, mas não teriamos tempo de analisar esse laudo, porque a pauta da reunião é entregue na hora da reunião”. E com isso, segundo ela, não haveria tempo hábil para a análise do laudo. A reunião deverá ocorrer em 16 de março.

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