A Feira de Universidades Israelenses aconteceria no prédio da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp, a Comvest, mas foi suspensa após manifestantes bloquearem as entradas no início da tarde desta segunda-feira (3). Coletivos contrários a realização do evento se uniram com bandeiras e faixas. A fachada do prédio foi pichada com a mensagem “Palestina Livre”. Dias antes, a Fepal, Federação Árabe Palestina do Brasil, a pediu o cancelamento da feira, alegando que as universidades israelenses estão ligadas à construção do regime de apartheid de Israel, ao gerar conhecimento e tecnologias aplicadas na Palestina ocupada.
Na ocasião, o reitor da Unicamp, Tom Zé, se manifestou sobre o caso durante a sessão do Conselho Universitário, Consu, e afirmou que optou por manter o evento mesmo após receber várias manifestações da comunidade acadêmica, da Fepal e um documento do Consulado-Geral de Israel. A mostra foi anunciada pela internet por e-mail com a premissa de esclarecer dúvidas para quem cogita estudar ou realizar estágio em Israel. Igor Tadeu, do coletivo ‘A união da juventude comunista’, do PCB, diz que a realização da feira materializa a ligação institucional que a Unicamp tem com o regime apartheid de Israel.
Uma moça que prefere não se identificar e representa o movimento ‘Caminho Alternativo Revolucionário Palestino’, diz que já tinham tentando entrar em contato antes com a reitoria, mas não tiveram resposta inicialmente. Segundo os manifestantes, houve conflito com os seguranças do evento, mas ninguém se machucou. Os coletivos afirmaram que só liberariam o acesso à feira se a Unicamp oficializasse o cancelamento do evento.
Em nota, a Reitoria da Unicamp informou que a Feira de Universidades Israelenses não pôde ser realizada por força de manifestações contrárias à sua ocorrência. A saída, com segurança, da equipe promotora do evento ocorreu após negociações com os representantes da manifestação. A Unicamp ressalta que o direito à livre manifestação será garantido desde que essas sejam realizadas de forma pacífica e desde que não haja o impedimento de atividades acadêmicas devidamente autorizadas pelas instâncias decisórias da Universidade.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo enviou uma nota à imprensa, dizendo que repudia a ação. Segundo a federação, a manifestação foi patrocinada pela Federação Árabe Palestina.
De acordo com a nota, as imagens de manifestantes acuando e hostilizando os representantes das universidades israelenses são repugnantes e precisam ser investigadas, e que a Unicamp é um espaço democrático que mantém seis convênios com universidades israelenses, sempre trabalhando no sentido de fazer a cooperação mútua entre os dois países.
Ainda criticando os manifestantes, a Federação Israelita afirmou em nota que a violência é a marca principal de algumas das manifestações pró-Palestina pelo mundo, aqui no Brasil não podemos admitir que isso aconteça.