O prédio no Jardim Esmeraldina, em Campinas, que teve um isolamento emergencial e teve de ser evacuado no último sábado (3) devido ao surgimento de uma grande rachadura, foi liberado nesta segunda-feira (5) após uma vistoria realizada por engenheiros da Secretaria de Urbanismo da Prefeitura de Campinas.
A inspeção ocorreu durante o período da manhã. Os engenheiros receberam um laudo da contrutora MRV, responsável pelo prédio, e após a fiscalização liberaram o retorno dos cerca de 20 moradores dos 10 apartamentos que foram evacuados.
Porém, segundo os moradores, a autorização para que eles retornem aos apartamentos só deve ocorrer por volta das 17h, após a conclusão de um reparo na tubulação de esgoto. O prédio é o um dos blocos de um condomínio, o bloco 17, e por isso o bloco vizinho também chegou a ser vistoriado, mas não houve necessidade de interdição.
Durante o fim de semana, o engenheiro Fernando Tognolo foi contratado pelo condomínio para realizar uma inspeção, e falou à reportagem da EPTV qual era a situação. “Foi feita uma análise em toda parte de estrutura, tanto externa como interna, não foi constatado nenhuma movimentação na estrutura da edificação principal, teve um recalque de solo e por questões aí de compactação, uma alvenaria que faz o papel de fechamento, ela esconde a tubulações, não faz parte da estrutura, ela acabou acompanhando essa movimentação do solo e consequentemente houve a rachadura”.
Um dos moradores do bloco que teve de ser evacuado, Jailton Nunes, disse que já vinha alertando a administração do prédio sobre o problema. “Esses dias mesmo avisei, avisei aqui na portaria, aqui a menina aqui, falei avisa pro zelador que tá dando uma trinca no prédio, tá dando uma trinca, aí ninguém ligou isso aí, olha o que aconteceu agora”.
Ele reclamou ainda ainda à reportagem da EPTV que não havia reserva para a família dele no hotel no qual os moradores foram, com os custos bancados pela MRV. Já a também moradora Laís Moretti, que estava com a filha bebê, até dormiu no hotel, mas reclamou das condições oferecidas. “É bem difícil pra gente, né, que está acostumado dentro de casa, né? E ter que sair as presas ainda mais com um filho pequeno, só deram o direito a 2 águas e o café da manhã. O almoço e janta eles falaram sim pra gente pagar e depois iriam reembolsar, mas é complicado, né”. O condomínio foi entregue aos moradores em janeiro deste ano.
Em nota, a construtora MRV informou que lamenta o ocorrido e ressalta que nunca houve risco estrutural ao prédio ou à segurança de seus moradores. Os danos ocasionados por um vazamento de água afetaram somente a parte estética do bloco e serão reparados pela construtora o mais rápido possível. Após o documento emitido por um especialista em engenharia de solos e estrutura, certificando a segurança, a Defesa Civil e a Prefeitura, já fizeram a liberação do empreendimento. Em relação ao morador que não conseguiu reserva no hotel, a empresa lamenta e atribui o problema à uma falha de comunicação.