Uma moradora de Campinas afirma ter tido febre maculosa após trabalhar em um evento na Fazenda Santa Margarida, em Campinas. Alexsandra da Silva conta que trabalhou como garçonete no camarote do evento, que aconteceu em um sábado, dia 6 de maio. No dia seguinte ela afirma que percebeu ter sido picada por um carrapato. “Fui embora do evento 5 horas da manhã cheguei em casa, tomei banho, dormi, acordei 5 horas da tarde e senti algo estranho no meu braço, e na hora que eu passei a mão no braço eu senti, e aí foi que eu achei o carrapato e eu arranquei né, tirei do meu braço.”
Ela conta que na segunda-feira, ao ir trabalhar sentiu dores no corpo, cansaço e fraqueza, e que os sintomas pioraram com o passar dos dias, até que na sexta-feira ela procurou o Pronto-Socorro do Hospital Ouro. A princípio ela imaginou estar com dengue, porém, devido à gravidade dos sintomas, o médico indicou a possibilidade de Febre Maculosa. Verde. “Cheguei lá eu tive convulsão, foi a atendida e aí o médico pediu os exames, fiz teste de covid, deu negativo, e quando veio o resultado do exame, o médico olhou, falou que como estava meu rim e meu fígado, ele falou que não tinha como ser dengue, porque eu achava que eu já estava com dengue, e a ele perguntou se tive um local de mata, eu falei que tinha trabalhado na fazenda né? No fim de semana anterior. Aí foi que ele falou ‘olha, eu vou de passar os remédios, você vai fazer o tratamento, mas que você tem não é dengue”. Ela afirma que após o diagnóstico clínico, recebeu uma receita com medicamentos para tratamento da febre maculosa, e realizou o tratamento. Ela afirma que só melhorou totalmente após cerca de 20 dias, e agradece o médico pelo diagnóstico.
Durante o tratamento ela passou por exames para confirmar se ela estava, de fato, com febre maculosa, mas ela afirma que não obteve mais retorno sobre a questão. Em relação à isso, a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (14) que o caso foi notificado, e enquanto o resultado dos exames não saem, ele é tratado como um caso suspeito. “Tá nas nossas estatísticas sim, ela tá notificada, é a notificação é obrigatória, porém não tem nenhuma confirmação, teve somente uma hipótese médica, não foi nem tratado, o que torna improvável caso ser positivo, mas tá no Adolfo Lutz”.
Questionada se, diante do registro de uma possibilidade de febre maculosa em no início de maio, os eventos posteriores na Fazenda Santa Margarida deveriam ter sido suspensos, Andrea destacou que a Prefeitura não tinha conhecimento até esta quarta-feira que o caso de Alexsandra teria relação com o local, e que o número de casos suspeitos é muito maior que o de confirmações. “Não tá na fica de notificação, não tá escrito. O médico não fez esse relato, e a gente realmente enquanto vigilância, a gente só consegue saber o que tá notificado, escrito. Nossa média de suspeitos, a gente confirma acho que 10% dos suspeitos. A diretora afirmou ainda que o caso de Alexsandra é um dos 85 casos suspeitos contabilizados em Campinas desde 15 de maio.
*Atualizado às 15h29