O número de atendimentos de imigrantes e refugiados no Centro de Referência de Campinas, na Avenida Francisco Glicério, disparou em 2022, segundo dados da Prefeitura. O total subiu de 568 para 2.458 pessoas de 2021 para o ano passado, o que representa uma alta de 332%. Neste ano, já foram contabilizados 465 atendimentos.
A maioria dos atendimentos em 2022 é de pessoas vindas da Venezuela, com 991 registros; depois vêm os haitianos, com 641 casos; e por último, os refugiados de Cuba, com 160 pessoas. Três nações marcadas por crises políticas e econômicas, afirma Silvana Argento Oriente, especialista em relações sociais e antropóloga.
Campinas é o único município do interior do estado a ter um núcleo do Conare, o Comitê Nacional para os Refugiados, onde são analisados os pedidos da condição de refugiado no país. A antropóloga explica a crescente escolha dos refugiados por fixar residência na metrópole.
Sérgio Max Almeida Prado, do departamento de Diretos Humanos da Prefeitura de Campinas, explica que durante o primeiro atendimento, é feita a regularização dos documentos para que os imigrantes e refugiados possam procurar empregos e tenham direito à assistência municipal.
As entrevistas são realizadas de forma online ou presencial. Em média, quatro pessoas são entrevistadas por semana em Campinas. Caso o processo seja aprovado, o refugiado passa a receber benefícios municipais, como plano de saúde.