A espuma de poluição no trecho do Rio Tietê entre Itu e Salto não baixa. Desde sábado, as bolas de espuma não dissipam, o que chamou a atenção de moradores e da prefeitura das duas cidades.
O normal é que, quando o sol aparece, a espuma comece a sumir. Em dias mais frios isso demora um pouco mais para acontecer, mas agora, nem isso.
Outro motivo para a quantidade de espuma é a alta concentração de poluentes no rio fica ainda mais intensa durante o período de estiagem, quando chove menos, como explica o secretário de Meio Ambiente do município, Flavio Garcia.
A última chuva em Salto ocorreu há três semanas, e em julho ainda não houve registro de precipitação relevante, acima de 10mm. Isso faz com que a quantidade de água diminua, enquanto a quantidade de esgoto continua no mesmo nível.
Segundo o secretário, a espuma é causada pelos produtos químicos despejados no Rio Tietê sem o devido tratamento, do tipo “sabonáceo”.
De acordo com entidades que monitoram o Rio Tietê, pelo menos 70 toneladas de poluentes são despejadas diariamente no rio sem tratamento adequado.
Em março, o governo Tarcísio de Freitas lançou o programa IntegraTietê, que prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do maior rio do Estado.
A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 5,6 bilhões na ampliação da rede de saneamento básico, desassoreamento, gestão de pôlderes, melhorias no monitoramento da qualidade da água, recuperação de fauna e flora, entre outras medidas.
Flavio Garcia espera que os benefícios também cheguem em Salto
Dados da Sabesp apontam que, desde o início do Projeto Tietê, em 1992, foram investidos no programa mais de US$ 3 bilhões. A mancha de poluição do rio diminuiu consideravelmente, de 500 km de extensão, na década de 1990, para 122km este ano. Apesar da redução em mais de 20 anos, de 2022 para cá, houve um aumento na área, de 43%.
