A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) completou 50 anos em abril. Ela é considerada referência nacional e internacional no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura tropical, e possui dois centros de pesquisas em Campinas: a Embrapa Agricultura Digital e a Embrapa Territorial. Na região há ainda a Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna. Os estudos e as soluções desenvolvidos pelas unidades campineiras impactam cadeias produtivas, biomas, organizações, e instituições de pesquisa em todo o território nacional.
A Embrapa Agricultura Digital foi Criada em 1985, e vem contribuindo para o desenvolvimento de soluções digitais voltadas para todos os elos da cadeia produtiva, obtendo destaque por iniciativas voltadas para as áreas de inteligência artificial, visão computacional, aprendizado de máquina, além do aprimoramento de soluções digitais em apoio a políticas públicas, e o suporte tecnológico a projetos de pesquisa nas áreas de bioinformática e biotecnologia.
Já a Embrapa Territorial foi criada em 1989, e é especializada no uso de geotecnologias para o estudo do território brasileiro e o desenvolvimento de soluções para a agropecuária, por meio, principalmente, de imagens de satélite e bancos de dados.
O chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, explica que a unidade trabalha atendendo demandas dos setores público e privado.
“A Embrapa Territorial realiza pesquisas com ciência de dados e geotecnologias com um método de inteligência, gestão e monitoramento territoriais estratégicos, sempre focados no aumento da competitividade e das sustentabilidade da produção agropecuária brasileira. E também nós apoiamos as políticas públicas focadas na agricultura familiar e também, agora mais recentemente, nas startups do agro, onde fornecemos subsídios técnicos científicos para o início dos seus desenvolvimentos”. A unidade já atuou no monitoramento de queimadas na cidade e em todo o território nacional, e foi responsável pela delimitação da principal área de expansão da produção rural no País, o Matopiba.
Atualmente a Embrapa Territorial tem atuado em temas como logística agropecuária e estoques de carbono, além de desenvolver sistemas de inteligência territorial estratégica para guiar investimentos e programas para o desenvolvimento da agropecuária nas diferentes regiões. Spadotti conta que o histórico de Campinas e as condições da cidade favorecem o trabalho das duas unidades da Embrapa. “Campinas é um grande destaque agropecuário, o seu desenvolvimento se balizou em diversos ciclos que a agropecuária teve no nosso município, e também na região metropolitana, um primeiro ciclo de pecuária, seguido pelo ciclo do café, o ciclo da cana de açúcar, e agora um ‘boom’ na fruticultura, na produção de hortifrútis, com o entreposto do Ceasa tendo um grande papel nisso, porque tem uma logística extremamente favorável para conectar Campinas e sua região metropolitana ao país, e também tem entidade centenárias, como o IAC e as próprias universidades.”
Na cidade a Embrapa Territorial executa já há 10 anos um projeto para levar a agricultura, a pesquisa científica e o estudo do território para dentro das salas de aula, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. A iniciativa envolveu pesquisadores e professores da rede municipal, que trabalharam em conjunto para desenvolver materiais didáticos com apoio de ferramentas de geotecnologias.
Ainda no âmbito local, a Unidade também contribuiu com a gestão municipal com o fornecimento de mapas das notificações dos casos de dengue, e de subsídios para a elaboração da Agenda 21 da cidade.