O estudo foi realizado por doutorandos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e revelou que, em Campinas, as temperaturas máximas tiveram aumento médio de 1,2º C entre 1989 e 2022. A temperatura máxima média nos últimos 34 anos foi de 28,4ºC, chegando a 29ºC na década de 2010. A tendência para os próximos anos é que o aquecimento aumente cada vez mais, de acordo com a pesquisadora Bruna Hornink.
Nos meses de verão, a média das temperaturas máximas subiu 1,3ºC; já no inverno, a alta foi de 1,8ºC. O pesquisador Guilherme Torres explica que a maior amplitude térmica na região é reflexo das emissões de gases poluentes. Ou seja, o “calorão” está diretamente relacionado ao aquecimento global.
A pesquisa aponta ainda que também aumentaram os dias consecutivos de calor, ou seja, períodos de seis ou mais dias seguidos de temperaturas altas. A meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, explica que as mudanças globais também têm impactado a dinâmica do inverno na metrópole, tornando a estação mais quente. Porém, ainda é possível amenizar os efeitos das mudanças climáticas.
Além de tornar o inverno mais quente, o aumento na amplitude térmica e a maior frequência de dias consecutivos de calor na região influenciam na ocorrência de eventos climáticos como seca severa, enchentes e temporais.