Um surto de intoxicação alimentar em Campinas envolvendo nove creches, 60 crianças e dois funcionários levou a Anvisa a proibir a venda, distribuição e utilização de um lote específico de atum da marca Cellier.
As intoxicações ocorreram em julho deste ano e foram causadas pelo consumo da histamina, uma substância que pode se formar após a morte de peixes.
Segundo a prefeitura, todas as crianças que tiveram intoxicação apresentaram vermelhidão, além de coceira no rosto e no pescoço;
Em alguns casos, a vermelhidão e a coceira se espalharam para outras partes do corpo. Sete crianças tiveram diarreia, mas nenhum paciente precisou ser hospitalizado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o Departamento de Vigilância em Saúde foi acionado assim que os estudantes apresentaram os primeiros sintomas.
Em seguida, a oferta do alimento foi suspensa e a marca de atum foi retirada do cardápio das escolas.
Ainda segundo a pasta, a Cellier está produzindo uma contraprova do laudo de análise do alimento, que será essencial para que a prefeitura decida quais providências serão tomadas em relação à empresa.
Atualmente, a secretaria é responsável pelo fornecimento de 293 mil refeições por dia para estudantes da rede pública e de colégios técnicos.
A restrição imposta pela Anvisa após os casos de intoxicação em Campinas diz respeito ao atum ralado em óleo comestível com caldo vegetal, fabricado pela Cellier Alimentos Linha Profissional, SIF 3699, lote 08/05/23, fabricado em 08/05/2023 e com validade até 08/05/2025.
O recolhimento do produto também foi determinado. Segundo a agência, um exame realizado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) identificou valores de histamina acima dos limites tolerados pela legislação no alimento.
De acordo com a Anvisa, a histamina é uma substância que pode se formar após a morte de pescados quando o manuseio e armazenamento do alimento são inadequados, e não é eliminada em tratamentos térmicos, como cozimento e defumação.
Ainda segundo a agência, a doença costuma ser leve e os sintomas desaparecem em poucas horas. Idosos e pessoas com problemas de saúde, contudo, podem apresentar quadros mais graves.
Em nota, a Cellier informou que adotou medidas corretivas para que a contaminação não volte a acontecer e destacou que o problema ocorreu em um único lote dentre oito que foram produzidos no dia 8 de maio deste ano.
Além disso, a empresa reforçou que todas as unidades do lote contaminado foram recolhidas e passaram por análises de esterilidade comercial e de teor de histamina, que “indicaram resultados conformes”.