A Polícia Civil de Campinas identificou nove pessoas suspeitas de um esquema de venda ilegal de terrenos em uma Área de Proteção Ambiental (APA) do Campo Grande. O delegado Luiz Fernando de Oliveira informou que os investigados foram ouvidos e alegaram que desconheciam a irregularidade. A investigação começou em 2022, após informações compartilhadas pela Prefeitura de Campinas.
Entre os suspeitos de envolvimento no crime estão os antigos proprietários das áreas, que são particulares, mas não podem ser loteadas, vendidas ou receber construções, por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental, além dos corretores que fizeram a venda. Eles devem responder por parcelamento irregular do solo, pela venda dos terrenos e outros crimes ambientais.
Segundo o delegado, a pena máxima para esses casos é de cinco anos, e os indiciados devem responder o processo em liberdade. A orientação é para que pessoas que tenham comprado terrenos no local procurem o auxílio de um advogado.
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou à CBN que não sabe informar quantas famílias moram no local, pois como as áreas são clandestinas, não há controle sobre a contagem de moradores. Explicou que não há possibilidade de regularização dos terrenos e construções.
Ainda segundo a administração municipal, o destino das famílias depende da conclusão e encaminhamento do inquérito policial aberto. A orientação é que as famílias busque auxílio jurídico para avaliar a possibilidade de reverter a compra, considerando a má fé dos loteadores. Cerca de 18% da área de preservação do Campo Grande foi devastada.