Apenas cinco motos retiradas de circulação em Campinas já corresponderam a 34% do valor total previsto de arrecadação com as multas aplicadas em motocicletas nos meses de agosto e setembro na cidade.
As cinco motos juntas acumulavam R$ 2,5 milhões em multas. Uma delas, apreendida em setembro, chamou atenção por ter R$ 1,3 milhão em autuações. Ao todo foram registradas 32.730 multas, somando o valor de R$ 7,49 milhões.
E com isso, um outro grande problema acabou virando recorrente na cidade: os veículos para rodar. De acordo com a advogada Letícia Previdelli Masson, essa prática ilegal se resumo a compra e venda de carros com o valor bem abaixo do normal, sem a troca de documentação, por conta do número alto de multas.
Essa ação, se descoberta, pode causar diversas dores de cabeça para o condutor e também para o “dono” do carro. Os motoristas que forem pegos em veículos com tributos atrasados, principalmente licenciamento, poderão se submeter a aplicação de infração gravíssima, que resulta em sete pontos na carteira, multa e apreensão do veículo. Para que o automóvel seja liberado é necessário regularizar todos os tributos e arcar com os custos da remoção.
O despachante Gustavo acredita que um dos motivos dessa prática ter aumentado é o alto custo para comprar um veículo nos dias de hoje. Ele explica que muitas pessoas preferem arriscar e comprar esses carros de forma ilegal por um custo mais barato.
Visando acabar com essas e outras irregularidades, Campinas vem realizando ações. Entre 19 de maio e 6 de outubro, essas operações resultaram em 2.059 autuações, sendo 1.709 aplicadas a motocicletas, 262 a automóveis, cinco a caminhões e outras duas a outros tipos de veículos.
Ao todo, 199 veículos foram recolhidos ao pátio, sendo 176 motos, 22 automóveis e um ônibus. De acordo com a Emdec, excesso de velocidade e avanço do sinal vermelho são as principais autuações das motos recordistas de multas.
