Campinas publica boletim sobre a saúde da população negra

Foto: Eduardo Lopes/PMC

Campinas apresentou um boletim epidemiológico inédito sobre a saúde da população negra da cidade. Os dados alertam sobre a relação entre violência e saúde e tratam de temas como a importância da continuidade de ações para promoção da educação sexual e direitos reprodutivos das mulheres negras, que são mais impactadas pela gravidez precoce.

O material busca informar, sensibilizar e estimular a realização de ações de saúde para a população negra, com foco na inclusão na perspectiva racial e do antirracismo na gestão, assistência e vigilância, além de medidas para promoção da saúde e prevenção de doenças por meio de indicadores, conforme relata Kamila Belo, gestora de informação e monitoramento na Secretaria de Saúde. “Ele tem a proposta de fazer e subsidiar políticas públicas em Campinas. E ele traz um reconhecimento da Secretaria Municipal de Saúde sobre as desigualdades étnico-raciais aqui em Campinas. E esse boletim, ele vai contar que a população negra em Campinas, ela é muito vulnerável.”

A elaboração do boletim durou um ano, e nele constam dados de cadastros de prontuários da rede pública municipal e também do setor privado. São dados relacionados à violência, declarações de nascidos vivos e óbitos, proporcionando uma visão global de Campinas.

A pesquisa mostra diferenças no envelhecimento entre brancos e negros em Campinas: 8,2% da população negra tem 60 anos ou mais, enquanto o percentual chega a 14,3% na população branca. “Só 9,14% das mulheres negras com idade acima de 60 anos. Quando a gente vai olhar esses homens, isso cai para 7,2%. Os homens negros estão mais expostos a condições insalubres de trabalho, à violência, tem um aumento da mortalidade, principalmente na faixa etária de 20 a 29 anos, em que esse coeficiente de mortalidade, ele é quase o dobro nos homens negros em relação quando a gente compara os homens brancos.”

Além da violência e mortalidade, o boletim trata também dos nacimentos em que os bebês vivos na cidade, 58,9% são de pessoas brancas, enquanto 40,6% são pessoas negras, porém quando se trata da proporção de nascidos vivos de mães adolescentes a diferença diminui, o que, segundo o relatório, mostra que a gravidez na adolescência é fator de extrema relevância para saúde das meninas negras.

O boletim completo pode ser conferido aqui, ou no portal da Secretaria de Saúde de Campinas, o saude.campinas.sp.gov.br.

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