A Justiça de Campinas condenou nesta segunda-feira (30) a farmacêutica Simone Martins Ferreira por falsidade ideológica, estelionato e exercício ilegal da medicina. A mulher é alvo de uma série de denúncias e processos de estelionato, e fazia atendimento à domicílio na região de Campinas, prescrevendo exames e remédios.
Para isso, de acordo com as investigações, Simone usava há pelo menos dois anos o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) da médica dermatologista Simone de Abreu Neves Salles, do Rio de Janeiro, que também é professora da Universidade Federal Fluminense.
A mulher chegou a ser presa por resistência em agosto de 2022, mas pagou fiança e foi liberada. Mesmo após a prisão, continuou atuando como médica e a polícia prosseguiu com a investigação.
Em maio deste ano, Simone foi presa em flagrante pela Polícia Civil, em Campinas. Com ela, foram encontrados receituários de controle especial, carimbos, equipamentos médicos, insumos, seringas, e até uma credencial da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Além de prestar atendimento a domicílio, a farmacêutica tinha uma empresa que prestava serviços terceirizados para empresas, e também chegou a atuar em um time de futebol de Amparo. Segundo a direção do Amparo Athletico Club, a falsa médica cobrava R$ 700 pela presença dela em jogos na cidade, e R$ 800 quando a partida era em outro município. Além disso, ela ainda estabeleceu preços de R$ 70 para um exame de eletrocardiograma, e de R$ 50 para conceder atestados.
A pena aplicada na sentença é de seis anos e dois meses de prisão em regime inicial fechado. A decisão, publicada nesta segunda-feira (30), é da juíza Thais Fortunato Bim, da 6ª Vara Criminal de Campinas, e ainda cabe recurso. Além da condenação, a juíza manteve a prisão preventiva da falsa médica alegando a necessidade de assegurar ‘a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal’.
O advogado de defesa de Simone não se manisfestou até o fechamento desta reportagem.