O número de vítimas do metanol não para de crescer. Apesar do alerta feito pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) da Unicamp novos casos foram registrados.
Em agosto a instituição divulgou um relatório mostrando que pessoas estão morrendo por ingerir combustível misturado com metanol. A maior parte é de moradores em situação de rua.
Até agosto, dados coletados desde 2016, apontavam 14 casos de intoxicação e agora são 19. As mortes eram 11 e agora são 15. Cinco casos foram registrados desde agosto, com quatro mortes.
Os casos são referentes a diversas cidades da região administrativa de Campinas já que o Ciatox é referência para uma área que abrange sete milhões de habitantes. Até o momento foram 5 casos em Campinas, 3 em Sumaré, 3 em Santa Bárbara D’Oeste, 3 em Jundiaí, 2 em Limeira, 2 em Itu, 1 em Araras e 1 em Rio Claro.
Uma audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (22), em Campinas, buscou levar o debate para a sociedade. Professor da Unicamp, Flávio Bucareti explica o que acontece com as pessoas que consomem o combustível ‘batizado’ com metanol.
Presente ao evento, Carlos Neri, representante da ANP (Agência Nacional do Petróleo) explica que o metanol entra no Brasil por meio das empresas de importação para ser usado pela indústria química e moveleira e é desviado.
O presidente do Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região) levou até o legislativo uma proposta para que os casos tenham que ser comunicados à prefeitura de forma obrigatória.
O trabalho dos médicos e das agências reguladoras precisa contar com a ação da Polícia Civil, que pode fechar postos de combustíveis que vendam combustível adulterado, além de culpar os responsáveis pelas mortes, como explica o delegado José Carlos Fernandes, diretor da DEIC de Campinas.
O debate realizado no plenário da Câmara de Campinas foi mediado pelo presidente da Casa, vereador Luiz Carlos Rossini.
De Campinas, Guilherme Leal