O grupo Os Geraldos, com sede em Campinas há 15 anos, apresenta seu mais recente trabalho, PararaTimBum – Um Reino pela Música, em uma breve temporada no Teatro de Arte e Ofício (TAO). O espetáculo musical, voltado ao público infantojuvenil, é dirigido por Douglas Novais e conta com um elenco de 11 atores, que executam ao vivo uma trilha sonora baseada principalmente em ritmos brasileiros, como samba, maracatu e baião. As apresentações acontecerão de quarta a sábado (de 29/11 a 02/12), às 19h, e no domingo (03/12), às 18h. Os ingressos, que já estão à venda no Sympla, têm o preço único de R$ 30, para crianças e adultos.
A dramaturgia – de autoria original de Everton Gennari, com adaptação da atriz Julia Cavalcanti – conta a história de uma princesa, que – ao assumir o reino de seu pai, que ficou doente – proíbe qualquer tipo de som, adoecendo ainda mais seu pai e todo o povo. Então ela vai a PararaTimBum e encontra o mundo colorido e musical onde moram as Notas Musicais. Lá instrumentos tradicionais, como piano, acordeon e violoncelo, juntam-se a instrumentos inventados, como sacolas, bolas e baldes, para celebrar o poder transformador da música e a alegria e beleza dos ritmos brasileiros.
O espetáculo se constitui de camadas voltadas à fruição de espectadores de todas as idades. Enquanto as crianças se encontram representadas pela princesa – abrindo espaço para vivenciar com a protagonista suas emoções e aprendizados -, aos adultos há camadas mais profundas da dramaturgia, com reflexões sobre efeitos do autoritarismo, a força política de um coro e o poder transformador de uma experiência artística, do ponto de vista tanto da própria catarse diante do espetáculo, quanto da transformação que ocorre com a protagonista.
Com graus diferentes de percepção, a temática da conscientização ambiental também chega a todas as idades, com a exploração sonora e visual de materiais claramente reutilizados, como o balde, que protagoniza as principais músicas da peça. A trilha, por fim, executada ao vivo, transcende qualquer faixa etária. Desse modo, o espetáculo se propõe a contribuir com a formação de público de teatro, fortalecendo, por meio da fruição compartilhada de uma mesma experiência artística, o vínculo e o diálogo entre adultos e crianças.
Douglas Novais, diretor do espetáculo, é também ator, pesquisador e professor de teatro. Doutor (2016), Mestre (2012) e Bacharel (2008) em Artes Cênicas pela Unicamp, é ator e coordenador do grupo Os Geraldos. De 2013 a 2019, foi assistente de Curadoria do Projeto Ademar Guerra, do governo do Estado de São Paulo. Em 2021, foi consultor pela OEI – Organização dos Estados Ibero Americanos e, em 2022, foi assistente de direção de Gabriel Villela no espetáculo “Henrique IV”. Esta é a primeira vez que Douglas assina a direção de um espetáculo do grupo.
Já a autoria da maioria das músicas, assim como a direção musical e a regência em cena, é de Everton Gennari. Ator e cantor, Everton é formado pelo curso técnico em Teatro do Senac Araçatuba, em que foi docente nos cursos técnicos em Teatro e Canto de 2019 a 2023. Foi orientador no Projeto Ademar Guerra, em 2015, 2017 e 2018. Diretor da Cia Banda Tribuss, que faz teatro e música com sucata. É diretor musical dos espetáculos “Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico” e “Ubu Rei” (ambos com direção de Gabriel Villela), em conjunto com Babaya Morais.
Sobre o grupo
Os Geraldos têm sede em Campinas (SP) desde 2008 e atua em três frentes de trabalho: Criação Artística, ao criar e manter em circulação seus espetáculos; Projetos Formativos, ao oferecer cursos sobre a arte do ator e gestão cultural, a partir da prática do grupo e de pesquisas de mestrado e doutorado de seus integrantes; e Territórios Culturais, ao instituir espaços que possam sediar, para além das atividades do grupo, outros eventos artísticos, como ocorre em sua atual sede, o Teatro de Arte e Ofício (TAO), um dos mais importantes espaços culturais de Campinas.
O grupo já circulou por mais de 80 municípios, de três países e de dez estados brasileiros, e foi indicado ao Prêmio Governador do Estado de Territórios Culturais (2017), além de receber mais de 40 prêmios, em festivais nacionais e internacionais.