Campinas registrou diminuição nas notificações de violência contra crianças em 2022, se comparado com o ano anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Sistema de Notificação de Violência (SISNOV). Já contra adolescentes, os jovens entre 12 e 17 anos, houve um aumento.
Mesmo assim, no período de 2018 a 2022, nos registros de violência contra menores de idade, predominaram as notificações contra jovens entre 0 e 11 anos, considerados como crianças pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com 2.723 casos. Isso representa 57,4% do total.
Em 2019 houve uma redução no número de notificações tanto de crianças quanto de adolescentes, que foi ainda mais significativa no ano de 2020, possivelmente relacionada à pandemia. A partir de 2021 o número de notificações aumentou, tanto para crianças quanto para adolescentes.
Segundo a responsável técnica pelo Sisnov, Juliana Bassul, o objetivo desse levantamento de dados é fazer com que novas ações sejam realizadas em relação a esses números preocupantes.
A maioria das notificações de violência contra crianças e adolescentes foram de vítimas do sexo feminino, sendo 55,1% para crianças e 63,4% para adolescentes. Com relação ao tipo de violência, as notificações de crianças foram principalmente a negligência, 42,7% dos casos, seguida de violência sexual, que representa 27,3% das notificações.
A responsável explica que, em adolescentes, o tipo de violência notificado com maior frequência foi a violência sexual, com 23,2%, seguida pela tentativa de suicídio, com 20,8%.
Para ambas foi observado aumento significativo nos últimos dois anos. Os principais autores desses crimes cometidos contra crianças são os cuidadores diretos (mãe, pai, madrasta ou padrasto) e para os adolescentes são os próprios indivíduos, devido ao alto número de tentativas de suicídio.