Levantamento divulgado pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos aponta que Campinas é a nona cidade do Brasil com o maior número de pessoas em situação de rua. Segundo o levantamento, Campinas, ao lado de nove capitais brasileiras, concentram juntas 51,5% da população em situação de rua do país.
O estudo, da plataforma do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, informa que até julho do ano passado, a metrópole tinha 2.324 pessoas em situação de rua. No ranking das 10 cidades com maior concentração, São Paulo é a primeira, com 54.812.
Os 10 municípios com maior número de pessoas nessa situação são: São Paulo; Rio de Janeiro; Belo Horizonte; Salvador; Brasília; Fortaleza; Porto Alegre; Curitiba; Campinas; Florianópolis.
Os dados levam em consideração apenas as pessoas inscritas no Cadastro Único. A pesquisa mostra ainda que entre 2018 e julho de 2023, o número de pessoas em situação de rua quase dobrou. A quantidade de pessoas sem residência formal no Brasil passou de 116.799 em 2018 para 221.113 em julho do ano passado.
Em 2023, o perfil da população em situação de rua no Brasil era majoritariamente masculino (88%) e em idade adulta (57% tinham entre 30 e 49 anos). A maior parte (68% do total) também era formada por pessoas negras (somando 50% pardas e 18% pretas).
Entre os principais motivos apontados para a situação de rua estavam os problemas familiares (44%), seguido pelo desemprego (38%) e o alcoolismo e/ou uso de drogas (28%). Já com relação ao tempo, 60% das pessoas cadastradas informaram que estão nesta situação há dois anos. Segundo os dados, 12% do total afirmam viver nas ruas há mais de 10 anos.
A Prefeitura de Campinas informou que realizou, em 2021, uma pesquisa de campo para identificar o número de moradores em situação de rua do município. A Administração disse que identificou 932 pessoas nessa condição e que “desconhece a metodologia empregada no levantamento citado”.
Também reforçou que atualmente mantém 16 políticas públicas dedicadas à população em situação de rua, em parceria com ONGs e instituições, além dos Centros POP, Casas de Passagem, Abrigos e Albergues.