A Polícia Civil encontrou mais medicamentos furtados da farmácia judicial do Departamento Regional de Saúde de Campinas, entre eles, um remédio contra leucemia que pode custar de R$ 40 mil a R$ 60 mil por caixa.
Os medicamentos estavam em uma caixa de isopor, interceptada pela Polícia Civil, que havia sido enviada por avião à Vitória, no Espírito Santo, por familiares do servidor público preso na última sexta-feira suspeitos de desviar medicamentos da farmácia do estado.
Segundo a Polícia Civil, os remédios vão passar por perícia técnica na Polícia Científica e depois devem ser devolvidos à farmácia judicial.
O esquema de desvio de medicamentos da DRS veio à tona após R$ 1,1 milhão do remédio pembrolizumabe, usado contra o câncer, ter desaparecido no final do ano de uma geladeira da farmácia.
Na última sexta-feira, um servidor público da farmácia, a esposa e a enteada foram presos por suspeita de participação no furto.
No sábado, a justiça decretou a prisão preventiva, por tempo indeterminado, dos três suspeitos.
A polícia ainda tentar encontrar a carga do pembrolizumabe.
A descoberta de mais medicamentos reforça a suspeita da Polícia Civil de que outros remédios do Departamento Regional de Saúde poderiam ter sido furtados pelo servidor. Ele pode ter ser aproveitado de uma fragilidade do sistema de estoque, feito à mão.
Segundo o delegado, por conta desse sistema, ainda não foi possível entender exatamente se as fraudes têm acontecido na hora da entrega dos medicamentos aos pacientes (entregando uma menor quantidade, por exemplo) ou se ele tem ajuda de outro servidor do estoque no desvio dos produtos.
Segundo o delegado Fernando Bardi, diretor da Polícia Civil na região de Campinas, na casa do servidor, no jardim Campo Belo em Campinas, foram encontradas caixas de isopor e outros medicamentos que, provavelmente, eram da farmácia do estado.
Os investigadores também vão analisar as finanças de toda a família para entender se houve movimentação financeira acima da renda declarada pelos suspeitos. O que a polícia já apurou é que o funcionário recentemente se mudou para uma casa maior e comprou um carro de luxo.
A Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), vai investigar se houve a participação de outras pessoas no esquema, mas já conseguiu entender como os quatro investigados atuavam:
O servidor de 61 anos furtava os medicamentos na farmácia judicial;
A esposa, de 60 anos, e enteada, de 35 anos, eram responsáveis pelo armazenamento e despacho dos remédios;
O marido da enteada era o responsável por encontrar e negociar com os receptadores.
O pembrolizumabe é um imunoterápico ultramoderno usado contra vários tipos de cânceres, como o de pulmão, pele, laringe, faringe, estômago e bexiga.