Transporte e educação são vilões da inflação em SP; alta está acima da média nacional

Imagem: Pixabay

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,56% em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês representa uma forte aceleração, já que o IPCA havia fechado novembro com alta de 0,28%.

Com isso, o país teve uma inflação acumulada de 4,62% em 2023. Em São Paulo, o índice foi maior, de 4,97%. No Estado, alguns grupos tiveram altas mais relevantes. Os gastos com educação e transportes, por exemplo, pesaram no bolso. A psicóloga Tércia Barreira vai gastar 30% do orçamento familiar com a escola dos dois filhos. Isso porque janeiro é o mês da rematrícula, dos reajustes nas mensalidades e também de comprar o material escolar.

No Estado de SP, a inflação acumulada no setor de educação foi maior do que a média nacional: ficou em 8,78%, contra 8,24% no resto do país, com destaques para os preços do caderno, e das mensalidades das pré-escolas e dos ensinos médio e fundamental, com altas acima de 10%. O economista do observatório da PUC-Campinas, Pedro Costa, explica que o setor recuperou os preços represados na pandemia.

Já no setor de transportes, a inflação fechou o ano com acumulado de 7,84% no estado de São Paulo, mais do que a média nacional, que foi de 7,14%. A gasolina foi o produto que mais impactou o índice no período, com alta de quase 15% em São Paulo. A volta da cobrança integral dos impostos federais e as mudanças no ICMS impulsionaram os aumentos.

Outros itens do grupo transportes subiram ainda mais: a passagem áerea ficou 40,4% mais cara no ano passado; já os licenciamentos e emplacamentos de veículos registraram alta acumulada de 24,7%.
Segundo o economista, essas altas nos últimos meses, além das mudanças climáticas, podem influenciar a inflação dos alimentos neste ano.

Mesmo com tantos aumentos, a inflação ficou dentro da meta definida para 2023 pelo Conselho Monetário Nacional, o que não acontecia desde 2020.

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