Após o estado decretar emergência em saúde pública devido à situação da dengue, o Secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, afirmou em entrevista à CBN Campinas que não vê necessidade de um decreto de emergencia em Campinas por conta da dengue, mesmo com a cidade tendo mais 13 mil casos em 2024, que já é o ano com mais casos na cidade nos últimos cinco anos.
Ele contesta o critério para o decreto adotado pelo estado, de haver 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. “Esses números aí, eles são muito controvérsios. Eu imagino que o caos, a situação de emergência, esteja relacionado também com a estrutura de cada cidade. Nós, nesse momento, eu não vejo o motivo da gente fazer o decreto. Trezentos casos a cada cem mil habitantes e eu particularmente acho que esses dados aí não são justificáveis pra você fazer um decreto de emergência.”
Na visão de Zambon, um decreto de emergência tem de ser feito quando há uma situação de desequilibrio, quando o município não está estruturado para enfrentar a diversidade, o que ele afirma não ser o caso de Campinas neste momento, já que ele classifica que a cidade está preparada para enfrentar a situação da dengue.
Mas Campinas tem cerca de 10% dos casos registrados em todo o estado, mesmo tendo menos de 3% da população de São Paulo. O Secretário atribui isso a estrutura de saúde de Campinas. “É uma cidade que tem uma vigilância extremamente ativa, em que todos os dados são computados. A subnotificação ela deve existir também no estado de São Paulo, eu não sei, não posso falar, mas de qualquer maneira, esses números que nós estamos enfrentando hoje, eles já eram esperados. Para a estrutura de uma cidade que tem quase 70 centros de saúde, quatro UPAs, dois hospitais próprios e toda rede privada.”
Apesar de se dizer contra o decreto na atual situação, ele reconhece pode haver redução na burocracia, e comentou sobre a situação da Dengue na cidade, e disse que não há divergência em relação ao estado. “Se ela (a situação) não é ideal, mas ela tá longe do caos. Campinas tá muito longe do caos. Dessa situação de emergência, existe divergência de opiniões, que as pessoas às vezes decretam uma coisa, outro outro. Acho que faz parte dessa situação. Acho que não existe nenhuma divergência e nós vamos analisar o decreto pra gente nos falar claramente pra que lado nós vamos”, finaliza.