A Operação Chicago, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, desmantelou uma organização criminosa formada por policiais civis, guardas municipais e servidores comissionados de Indaiatuba para extorquir empresários.
O grupo fabricava boletins de ocorrência, inquéritos e relatórios de investigação para ameaçar as vítimas e exigir propinas. Os documentos e até prisões em flagrante eram forjados. O valor das extorsões variava de R$ 1 a R$ 3 milhões por vítima.
Os agentes visitavam os locais e faziam falsas apreensões de bens, valores e mercadorias, apontando supostas irregularidades. Em seguida, eles registravam um boletim de ocorrência e começavam a ameaçar os empresários, exigindo pagamentos sob “pena de prisão”.
O promotor do Gaeco, Paulo Guilherme Carolis Lima, afirma que dez empresários de Indaiatuba foram vítimas do esquema, entre proprietários de supermercados, açougues, lojas de roupas e estacionamentos de veículos.
Ao todo, 12 pessoas envolvidas no esquema foram presas, entre elas, o delegado titular do 1º Distrito Policial de Indaiatuba, José Clésio Silva de Oliveira Filho, apontado pelo Ministério Público como líder do grupo. A residência dele e também e a sede da delegacia foram alvos de busca e apreensão. O promotor revela a existência de uma ‘sala de extorsão’ dentro da delegacia, onde as vítimas eram ameaçadas.
Além do delegado, foram presos um escrivão, dois investigadores, – sendo uma mulher, presa na casa dela, em Itu – dois guardas municipais e três funcionários comissionados de Indaiatuba.
A operação contou com o apoio dos policias do 1° Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Polícia Militar. Foram cumpridos, em Indaiatuba e Itu, 17 mandados e busca e apreensão, além de 13 de prisão temporária. Também foi solicitado o bloqueio de valores e sequestro de bens que giram em torno de R$ 10 milhões.
Sobre a participação de servidores comissionados no esquema, a Prefeitura de Indaiatura informou à CBN Campinas que ainda não foi oficiada sobre o caso. De forma antecipada e para colaborar com a operação do Gaeco, foi aberto um procedimento administrativo e afastados os envolvidos.
Já a defesa do delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho afirmou que não irá se manifestar ainda, pois os autos do processo estão em segredo de Justiça.