O delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho, preso na última terça-feira (26) durante a operação que desmanchou uma organização criminosa em Indaiatuba, é apontado pelo Ministério Público (MP) como líder do esquema de extorsão de empresários, que também envolvia policiais civis, guardas municipais, advogados e servidores comissionados.
A Operação Chicago foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O promotor Paulo Guilherme Carolis Lima afirma que o delegado mantinha uma ‘sala de extorsão’ dentro do 1° Distrito Policial de Indaiatuba, onde as vítimas eram ameaçadas.
Clésio iniciou a carreira como delegado em 2010 nas delegacias da capital e chegou a Indaiatuba em março de 2021, como delegado-assistente do 1º Distrito Policial. Em janeiro de 2023, foi nomeado delegado-titular do 1º DP da cidade.
Ele também foi promovido a delegado de 1ª classe – segunda maior graduação para delegados – pelo governador Tarcísio de Freitas em agosto do ano passado. Segundo publicação no Diário Oficial, a promoção foi por “merecimento”. Com isso, a remuneração bruta de Clésio chegava R$ 29.657,20 mensais.
Ao todo, 12 pessoas envolvidas no esquema foram presas. Segundo o promotor, os outros integrantes trabalhavam em grupos, chamados pelo Ministério Público de ‘células de atuação’.
Já os investigadores faziam uso da autoridade policial para invadir os estabelecimentos e conduzir as suspostas ‘investigações’ nos comércios. O esquema contava ainda com a participação de advogados, que intermediavam o pagamento das propinas.
A defesa do delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho informou que não irá se manifestar ainda porque os autos do processo estão em segredo de Justiça. Além do delegado, foram presos um escrivão, dois investigadores, dois guardas municipais e três funcionários comissionados de Indaiatuba.
Segundo o Ministério Público, o grupo fez pelo menos dez vítimas e movimentou cerca de R$ 10 milhões.