O Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve diversas patologias que prejudicam o desenvolvimento neurológico. As características mais comuns estão relacionadas a capacidade de se comunicar e interagir, além de interesses obsessivos e comportamentos repetitivos. O nível de gravidade dos sintomas pode variar.
Tratamentos com diversos profissionais, como terapeuta ocupacional, nutricionistas, psicólogos e fonoaudiólogos, são capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas com o espectro. Mas, diante de tantas opções, quais são os cuidados de saúde específicos que a família de um autista deve ter?
Aída Teresa dos Santos Brito, mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal do Piauí, além de psicopedagoga e pós-graduada nas áreas de Educação Especial e Inclusiva e Terapia Analítico-Comportamental infantil, explica que o autismo apresenta escalas de severidade. O acompanhamento necessário, portanto, depende da avaliação de cada paciente.
Segundo a profissional, a terapia ABA – ou Análise do Comportamento Aplicada – é um dos métodos que ajudam nas habilidades sociais, comunicativas, emocionais e de aprendizado das pessoas com autismo.
Os cuidados com a alimentação também podem contribuir para o desenvolvimento dos pacientes com o espectro autista, especialmente durante a infância, segundo a nutricionista Luciene Nunes, que trabalha no Instituto SER, em Campinas.
Com tantos profissionais envolvidos, as despesas médicas relacionadas ao autismo podem ser frequentes e onerosas, encarecendo os planos de saúde. Muitas famílias recorrem às liminares judiciais para conseguir das operadoras o tratamento especializados.
Lucelmo Lacerda, pós-doutorando em Educação Especial pela UFSCar e doutor especializado em Educação pela PUC-SP; além de autor do livro “Transtorno do Espectro Autista”, afirma que nem sempre as terapias fornecidas são as mais adequadas. Também é cada vez mais frequente o diagnóstico tardio do autismo em adultos. Nesses casos, segundo Lacerda, também é necessário buscar suporte psicoterapêutico.
Para as famílias que dependem do SUS para ofertar assistência aos pacientes com o autismo, as Unidades Básicas de Saúde são o primeiro lugar a ser buscado nos casos de suspeita do diagnóstico ou necessidade de acompanhamento, segundo o Ministério da Saúde. Nesses locais, são feitos os encaminhamentos necessários para a atenção secundária e terciária.