A partir de agora, quem quiser ser doador de órgãos poderá registrar o desejo no site ou no aplicativo do CNJ – Conselho Nacional de Justiça. Isso vai garantir que os parentes e o sistema de saúde tenham conhecimento da decisão. A mudança foi implantada na última terça-feira (2).
Hoje, 42 mil pessoas aguardam na fila por um transplante no Brasil. Uma delas é a professora Denise Sam Girardi Armelin, de Santa Bárbara D’oeste, que espera desde 2022 por um transplante de rim. Enquanto isso, a hemodiálise passou a fazer parte da rotina dela.
Segundo última atualização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, 458 pessoas aguardam por um transplante de fígado, 180 por transplante de coração, e 17.127 por um transplante de rim. Em Campinas, o Hospital de Clínicas da Unicamp realizou no ano passado 131 transplantes de rim, 113 de córnea, 63 de medula óssea, 41 de fígado e 2 cardíacos.
O número de transplantes depende muito da quantidade de doadores. É por isso que a campanha do Conselho Nacional de Justiça em parceria com os cartórios e o Ministério da Saúde pretende estimular as doações.
Hoje, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do paciente. Isso não vai mudar, mas para fazer a fila andar mais rápido, a campanha quer tornar a intenção de doar mais transparente. Agora, quem quiser manifestar essa intenção vai poder registar a doação no aplicativo ou no site www.aedo.org.br.
Isso vai permitir que o Sistema Nacional de Transplantes acesse a autorização, que poderá ser apresentada aos parentes, comprovando a vontade do doador.
O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, espera que com essa manifestação, o número de transplantes, que em 2023 foi recorde, aumente ainda mais no país. Em 2023, 3 mil pessoas morreram no Brasil antes de conseguir um doador.