O auxiliar de escritório Márcio Ricardo Pereira Mendes, preso na última segunda-feira (1º) em Praia Grande, agia como falso policial no esquema que extorquia dinheiro de empresários em Indaiatuba, segundo investigações do Ministério Público (MP).
Também conhecido como “Treme-Treme”, Márcio atuava como “ganso”, termo usado informalmente para definir pessoas que cumprem expedientes dentro de delegacias e se apresentam como policiais civis ou investigadores, mas que não têm qualquer tipo de autoridade.
A investigação aponta que o auxiliar de escritório se passava por policial civil, abordava empresários, entregava intimações e até conduzia interrogatórios.
Segundo o Ministério Público, o esquema criminoso era chefiado pelo delegado-titular do 1º Distrito Policial de Indaiatuba, José Clésio Silva de Oliveira Filho. Dentro da delegacia, havia uma “sala de extorsão” onde detidos eram ameaçados a responder por crimes que não cometeram, caso não pagassem propina.
O promotor Paulo Guilherme Carolis Lima afirma que os policiais invadiam ilegamente os estabelecimentos e acusavam os empresários de crimes e irregularidades. Segundo o promotor, os outros integrantes trabalhavam em grupos, chamados pelo Ministério Público de ‘células de atuação’. Ao todo, 14 pessoas estão envolvidas no esquema, e 13 delas foram presas.
Os policiais civis foram encaminhados para o Presídio da Polícia Civil, em São Paulo, e os demais presos estão encarcerados em cadeias e delegacias. O advogado do delegado Clésio de Oliveira Filho não quis se manifestar. Já o representante do auxiliar de escritório Márcio Pereira Mendes não foi localizado até o fechamento desta reportagem.
O grupo foi desmantelado pela Operação Chicago, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, no final de março.