A Associação dos Motofretistas, Motoboys e Mototaxis da Baixada Mogiana afirma que o motoboy que convocou, por grupo de WhatsApp, um mutirão para destruir uma casa em Mogi Mirim após uma discussão com uma cliente não tinha capacitação profissional completa. Porém, a entidade disse que o ato de vandalismo “era uma tragédia anunciada”. O imóvel era alugado e a dona da casa se desesperou ao ver o prejuízo.
Em texto assinado por Jean Roberto Gonçalves, presidente da entidade, foram feitas várias comunicações ao iFood, plataforma de entrega usada pelo motoboy, para que tivesse formas mais incisivas para admissão de clientes e trabalhadores.
A associação afirma que a empresa não se movimentou para garantir segurança a todos os envolvidos.
A manifestação aconteceu depois que dezenas de motoboys se reuniram em frente de uma casa, na Rua Francisco Manera, no Bairro Parque Novacoop, e destruíram parte do imóvel residencial, que é alugado.
A dona da casa, Silmara Aparecida, contou em entrevista à EPTV que não sabe como fará pra consertar o que foi destruído.
Ela disse também que chegou a reconhecer alguns vândalos que participaram da destruição.
O caso aconteceu, de acordo com informações da Secretaria de Segurança de São Paulo, após uma discussão entre uma das moradoras da residência e um entregador de alimentos por aplicativo, na tarde desta quinta-feira.
Tudo teria começado após a moradora se recusar a passar o código de segurança da entrega, solicitado pelo motoboy. Houve, então, um período de discussão e xingamentos entre as partes. Ela teria jogado tijolo no motoboy e derrubado a moto dele.
Depois disso, o motoboy fez uma convocação nos grupos de WhatsApp e mais de 50 motoboys chegaram e começaram a buzinar e acelerar as motocicletas em frente à casa.
Em imagens que circulam nas redes sociais é possível ver vários deles atirando vários objetos em direção à residência, enquanto outros chutam os portões. Alguns, inclusive, entram na garagem e arremessam pedras nos vidros das janelas. Não há informações sobre feridos.
NOTA PÉ
O iFood informou que está fazendo uma apuração no sistema e ainda não conseguiu localizar o entregador. Isso pode acontecer pelo fato de que hoje a empresa trabalha com dois modelos de serviço de logística: plano básico, onde o restaurante é responsável direto pela entrega, com entregadores próprios, e o plano completo, onde o serviço é realizado pelos entregadores cadastrados na plataforma.
Porém, a plataforma afirma que não tolera qualquer tipo de ofensas e agressões, e que investe em iniciativas para conscientização de clientes, parceiros e entregadores.
Qualquer conduta fora das regras do aplicativo pode gerar banimento imediato para qualquer uma das partes envolvidas: clientes, estabelecimentos e entregadores.