Um mês depois da maior mortandade de peixes registrada na história da cidade de Piracicaba, a Usina São José, apontada pela Cetesb como a responsável pela contaminação da água do Ribeirão Tijuco Preto, segue negando que tenha sido a causadora da morte.
Questionada sobre a defesa que deve apresentar ao órgão ambiental do Estado de São Paulo, a Usina diz que ainda está preparando o documento, e afirmou “não ver nexo causal” entre o vazamento de um tipo de mel de cana-de-açúcar no rio e as mortes.
Conforme a Cetesb, no extravasamento das águas residuárias, no dia 7 de julho, foi arrastado para o Ribeirão Tijuco Preto mel de cana-de-açúcar, uma substância densa, de difícil diluição na água. O mel foi encontrado cristalizado em uma das vistorias na usina.
O PH do ribeirão, entre 7 e 8 de julho, ficou ácido, comportamento característico de quando há presença de resíduos de açúcar em água.
Essa alta carga orgânica foi levada para o Rio Piracicaba, reduzindo o nível de oxigenação da água, chegando a zero, e inviabilizando a vida aquática.
Essa carga orgânica, de alta densidade, foi arrastada pelo curso do rio até a Área de Proteção Ambiental de Tanquã, no minipantanal paulista, onde por características do local se acumulou, causando assim a nova mortandade no dia 15.
A empresa foi multada em R$ 18 milhões pelas duas mortandades.
A Usina São José afirma que colabora com a Cetesb, Polícia Militar Ambiental e demais órgãos no que lhe é solicitado.