Companhia aérea Azul é condenada a indenizar ex-pilotos da Avianca 

Divulgação

A companhia Azul Linhas Aéreas foi condenada pela Justiça a pagar R$ 2 milhões em danos morais por rebaixar a classe de voo dos pilotos que foram contratados da Avianca, empresa que foi à falência.  

O Ministério Público do Trabalho (MPT) foi o autor da ação. De acordo com informações do órgão, os comandantes contratados da Avianca foram rebaixados da Classe 2, que opera o modelo Airbus A320 para a Classe 1, pilotando aviões menores, ART e E-Jet Embraer. 

Segundo o MPT, o rebaixamento dos pilotos causou perda salarial de até 50%, perda da gratificação de equipamento, valor inferior da hora adicional de voo, mudança de função e discriminação entre empregados, que agora são da mesma empresa. 

Além da indenização por danos morais, a Azul também foi condenada a reconduzir os pilotos à classe original no prazo de 120 dias, sob multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.  

A Justiça também determinou que a companhia aérea pague, de maneira retroativa, as diferenças salariais da alteração contratual a todos os comandantes que anteriormente trabalhavam na Avianca, inclusive aos que já tiveram os contratos extintos. 

Quando a Avianca deixou de operar, a Azul adquiriu 12 aeronaves Airbus A320 do espólio da empresa no primeiro semestre de 2019. No mesmo período, parte dos funcionários da companhia falida foram contratados para operar as aeronaves. 

A contratação de profissionais de fora em vez de funcionários da empresa é chamada de by pass e está prevista no Manual de Processos de Operações de Voo da Azul. Segundo o MPT, porém, o Plano de Progressão de Carreira da Azul não prevê que comandantes contratados nessa modalidade tenham a classe de voo rebaixada, e permite somente a progressão da Classe 1 para 2 e, na sequência, para 3, desde que os profissionais passem um tempo mínimo no equipamento ou função.  

Segundo o MPT, 57 profissionais contratados pela Azul para operar aeronaves Airbus 320 estavam operando na Classe 1 e 12 deles já haviam sido dispensados, totalizando 45 comandantes rebaixados após virem da Avianca. 

A indenização e equiparação salarial foram proferidas pela 7ª Vara do Trabalho de Campinas, com possibilidade de recurso. 

Questionada pelo Grupo EP sobre a condenação, a Azul Linhas Aéreas informou que não comenta casos sub judice. 

Compartilhe!

Pesquisar

PODCASTS

Mais recentes

Fale com a gente!

WhatsApp CBN

Participe enviando sua mensagem para a CBN Campinas

Veja também

Reportar um erro

Comunique à equipe do Portal da CBN Campinas, erros de informação, de português ou técnicos encontrados neste texto.