Os moradores do Residencial Recanto Florido, em Vinhedo, onde ocorreu a tragédia aérea que causou a morte de 62 pessoas em agosto, optaram por cancelar a missa ecumênica que estava marcada no condomínio. A cerimônia, marcada para domingo (22), prestaria homenagens às vítimas do acidente.
De acordo com os organizadores e residentes do condomínio, o ato será remarcado até que passe o período político. A expectativa é que após as eleições a homenagem seja realizada, em frente ao residencial.
A aeronave foi retirada do local, assim como as bagagens e pertences das vítimas. O trabalho de limpeza e higienização da área foi feito por empresa contratada pela companhia área.
Investigação do acidente
Em 6 de setembro, o Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, divulgou o relatório preliminar sobre o acidente. Segundo o órgão, a divulgação da causa definitiva deve demorar mais de um ano para ser confirmada, até que todos os dados sejam analisados, mas algumas informações gravadas na caixa-preta da aeronave foram divulgadas.
Uma das hipóteses para o acidente é de que o voo tenha sido prejudicado pela formação de gelo, a 17 mil pés.
O Cenipa confirmou que houve um relato do piloto sobre uma possível falha no sistema que derrete o gelo acumulado na aeronave e que o co-piloto teria relatado muito gelo no trajeto.
Apesar da confirmação de que havia gelo no trajeto, o Cenipa diz que ainda não é possível afirmar que uma falha no sistema seria a causa da queda do avião.
O relatório preliminar confirma que um dos packs do motor, peça que controla a pressurização e climatização do avião, não estava funcionando, mas isso estava previsto no plano de voo e não impedia a aeronave de operar.
Os dados recuperados da comunicação ainda apontam que a torre de comando em Guarulhos autorizou o piloto a iniciar uma manobra para procedimento de descida, mas mantendo a altitude, já que outro avião, que voava em altitude mais baixa, pousaria antes.
Por meio da nota, a Voepass informou que o relatório confirma que a aeronave do voo 2283 estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido e com todos os sistemas requeridos em funcionamento e que ambos os pilotos estavam aptos para realizar o voo, com todas as certificações de pilotagem válidas e treinamentos atualizados.