Um levantamento feito pelo Conselho Tutelar de Campinas revelou uma situação preocupante nas casas de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. De acordo com o estudo, 73% das entidades que oferecem esse serviço estão lotadas ou acima da capacidade.
Em Campinas, existem 26 casas de acolhimento temporário ou permanente. No entanto, 19 dessas instituições estão sobrecarregadas, e as sete restantes, mesmo em melhores condições, não conseguem aliviar a situação, pois cada entidade atende públicos e faixas etárias específicas.
Hoje, a cidade conta com 280 vagas disponíveis, mas 289 crianças e adolescentes estão acolhidos, ultrapassando o limite. A conselheira tutelar Gabriela Linhares Areais alerta que essa superlotação afeta a qualidade do atendimento.
A advogada Larissa Almeida Rodrigues, presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Campinas, ressalta que cada situação precisa ser analisada individualmente, mas alerta para o risco de violação da dignidade dos menores.
O levantamento aponta que quatro casas de acolhimento estão operando acima da capacidade, entre elas a Casa Betel, que tem 40 vagas, mas abriga 45 menores; o Lar Tia Mel, com 21 crianças, quando o limite é de 20 e as Casas dos Menores Casa Lar 1 e 5 também estão lotadas, com o total de 20 vagas, mas atendendo 23.
A secretária Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Wandecleya Moro, afirma que essa não é uma situação comum na rede de proteção da cidade e que o município está atuando para prevenir que mais crianças cheguem a esse estado de vulnerabilidade.
A Prefeitura informou que seguirá monitorando a situação e reforçando as políticas de assistência para evitar que a superlotação prejudique o atendimento nas casas de acolhimento.
