Após a tragédia ambiental que atingiu o Rio Piracicaba e a até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, uma expedição científica será realizada para traçar um diagnóstico ambiental do afluente. Os trabalhos serão realizados no próximo mês, entre os dias 2 e 4 de dezembro.
A iniciativa “Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba” é liderada pela Associação Remo Piracicaba, com apoio de empresas do setor privado e pesquisadores especializados em recursos hídricos.
Em julho deste ano, a tragédia ambiental atingiu um trecho de 70 quilômetros do Rio, incluindo o santuário de animais Tanquã, o que levou à morte de mais de 235 mil peixes. Um especialista ouvido pelo Grupo EP estimou que a recuperação da população de peixes leve cerca de nove anos.
O projeto vai usar a técnica de DNA ambiental, que permite identificar fragmentos genéticos de espécies aquáticas presentes na água.
A área de estudo será a Bacia do Rio Piracicaba. O ponto inicial é a área de formação da bacia, no encontro das águas dos Rios Atibaia e Jaguari, no município de Americana, com término no Rio Tietê, logo após a região do Tanquã.
O percurso da área de estudo será realizado em quatro campanhas trimestrais (primavera, verão, outono e inverno), inicialmente em 25 pontos de coletas, utilizando embarcações a remo e barcos a motor.
Serão coletadas amostras de água, distribuídas entre a margem e o centro da área do corpo d’água. A expedição vai avaliar a qualidade da água e identificar os impactos dos afluentes no rio.
Esse método será usado para mapear as espécies de peixes que ainda habitam o rio, subsidiando futuras ações de repovoamento e conservação da biodiversidade.
Após essa etapa de pré-processamento, serão inseridos em um banco de dados georreferenciado e em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Segundo os organizadores, a análise vai permitir coletar dados técnicos que apoiarão políticas públicas e ações de conservação.