A Justiça negou o pedido de prisão feito pela Polícia Civil aos quatro vigilantes suspeitos de manter um homem em cárcere privado e de extorquir dinheiro para a libertação dele em Americana.
A decisão foi informada pela concessionária Rumo Logística, que contratou a empresa terceirizada a qual os trabalhadores estão vinculados.
De acordo com o despacho, mesmo com a investigação da Polícia Civil afirmando que os vigilantes sabiam do cárcere, o juiz entendeu que o homem de 27 anos só ficou trancado por muitas horas porque os vigilantes não tinham acesso às chaves do cadeado, e que “tudo indica” que eles foram apenas verificar o que estava acontecendo. O nome do magistrado não foi informado.
O caso foi descoberto na tarde de segunda-feira. De acordo com a Polícia Civil, pessoas viram o homem preso em uma cela nas proximidades da linha férrea e acionaram equipes da Guarda Municipal. Ao tentarem libertar o homem, os guardas foram ameaçados pelos vigilantes. Eles estavam armados e alegaram à Guarda que a área é federal, na tentativa de impedir a intervenção.
Ainda conforme o relatado à Polícia Civil, um dos vigilantes chegou a mostrar uma pistola de choque para os guardas, ao saber que os agentes acionariam os Bombeiros para libertar a vítima de cárcere. Por isso, os guardas municipais precisaram chamar policiais civis para auxiliar no caso.
O homem mantido preso estava sem acesso à água ou alimentação. Em depoimento à polícia, a vítima informou aos policiais que foi levada à cela por outros suspeitos, que cobraram o pagamento de R$ 5 mil para que ele fosse liberto.
A empresa terceirizada de segurança, Campseg disse que colabora com as autoridades na investigação do caso, lamentou o caso e disse que a conduta não é a pregada pela companhia.
Em nota encaminhada nesta quarta-feira, a Rumo Logística afirma compromisso com a transparência e a correta apuração dos fatos, para que as medidas cabíveis sejam tomadas pelos órgãos responsáveis.