Câmara de Valinhos cria CPI para apurar denúncia de “médico fantasma”; colunista da CBN vê ‘exagero’ na ação

Foto: Divulgação

A Câmara de Vereadores de Valinhos criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a denúncia de um suposto “médico fantasma” que teria recebido valores indevidos da Prefeitura para trabalhar em plantões na Unidade de Pronto Atendimento da cidade, mas não teria comparecido ao trabalho.

A investigação também está sendo conduzida pelo Ministério Público, que apura o caso desde 2023.

Agora, com a comissão formada, a investigação terá um prazo de 90 dias para ser concluída, podendo ser prorrogado, caso necessário.

A CPI será presidida pelo vereador Vagner Alves (Republicanos), com o vereador Rafa Marques (PL) atuando como relator.

De acordo com o relatório do pedido de abertura da CPI, o médico teria recebido mais de R$ 60 mil em 2023 para realizar plantões na UPA de Valinhos, mas não compareceu aos seus turnos, pois estava em viagem à Europa.

O profissional estava vinculado ao Consórcio Intermunicipal de Saúde na Região Metropolitana de Campinas (Cismetro), que prevê a possibilidade de plantões realizados à distância, embora não autorizasse a forma como os serviços estavam sendo executados.

A comissão também vai investigar possíveis irregularidades cometidas pelo consórcio e pelos gestores envolvidos, que poderiam ter permitido a ação.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o prefeito de Valinhos, Franklin Duarte de Lima (PL), divulgar um vídeo em que anunciava a demissão do médico.

A defesa do profissional nega as acusações. Os advogados alegam que o médico pretende registrar uma queixa-crime contra o prefeito, alegando suspeita de retaliação, já que ele teria atuado como regulador de saúde no município e desligado profissionais que não estavam cumprindo suas funções corretamente.

O Ministério Público, que segue investigando o caso, informou que o inquérito está em andamento, mas foi suspenso enquanto aguarda uma decisão sobre um recurso pedido pelo médico.

O prefeito garantiu que as ações tomadas foram baseadas em documentos que comprovam os pagamentos indevidos ao médico e afirmou que essas provas serão entregues à Câmara de Vereadores para análise.

Franklin disse também que as tentativas judiciais do médico para contestar a demissão não foram aceitas pela Justiça.

O cientista político e colunista da CBN Campinas, Bruno Silva, vê a instauração da CPI como um “exagero”, e eventual desvio da função original da Comissão Parlamentar de Inquérito, a não ser que existam outros casos que possam eventualmente ser investigados.

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