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Um levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), neste ano, apontou que o mercado de clínicas populares cresceu 200%, no período de 2010 a 2022.
A alta na demanda pelo serviço evidencia a busca por alternativas mais rápidas que o Sistema Único de Saúde (SUS), para pessoas sem acesso a um plano de saúde. Em Campinas, por exemplo, na Rede Mario Gatti, que inclui os Hospitais Mario Gatti e Ouro Verde, são 8.600 pessoas que aguardam na fila por uma cirurgia.
Nas últimas semanas, os hospitais de Campinas e região vêm enfrentando superlotações frequentes e um longo período de espera para atendimento. Para a superintendente do Hospital de Clínicas da Unicamp, esse é o reflexo da saída de pessoas que tinham um plano de saúde, e agora recorrem ao SUS.
As clínicas acessíveis surgem como alternativa pelo atendimento rápido ao paciente que, ao usar o serviço, pode evitar o agravamento de doenças e até problemas mais graves no futuro.
O relatório do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde indicou também que as clínicas se estabeleceram em diferentes modelos de negócios, com estruturas que variam desde consultórios convencionais a hospitais-dia, forma de assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial.
Uma rede de clínicas populares, criada em Campinas em 2003, já se expandiu para todo país e, atualmente, conta com mais de 60 unidades, sendo seis delas na Metrópole. Além da oferta de especialidades médicas, também realizam exames laboratoriais e de imagem, como explica o ceo da rede, Rafael Teixeira.
A oferta de consultas e exames direta ao paciente, sem precisar de plano de saúde, agradou Erundina Miranda. Ela buscou esse serviço pela rapidez para fazer exames.
O Instituto Locomotiva fez uma pesquisa neste ano que revelou que 72% dos brasileiros da Classe C, famílias com renda de 4 a 10 salários mínimos, pagaram por consultas ou exames, ou conhecem alguém que pagou, por conta da demora no atendimento do SUS.