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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou que 65% das gestantes do estado de São Paulo não planejaram a gravidez. O estudo foi publicado na revista europeia de contracepção e cuidados com a saúde reprodutiva, em março deste ano. O resultado chamou a atenção por ser o maior número entre as pesquisas já feitas até agora.
Quem enfrentou esse cenário foi a analista de sistemas Claudia Martins. Ela tinha 25 anos quando engravidou e precisou mudar os planos de vida.
O levantamento da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp revelou que seis em cada dez mulheres do estado de São Paulo alegam que tiveram uma gravidez não planejada. Ou seja, é o equivalente a 65% das 534 grávidas entrevistadas, com idade entre 18 e 49 anos, atendidas pelo SUS.
O número é resultado do trabalho do Negli Gallardo, pesquisador que é da Guatemala e faz doutorado em Ciências da Saúde na Unicamp.
Os dados foram coletados entre março de 2023 e junho de 2024. Mas o resultado só foi publicado este ano, por conta do tempo necessário pra fazer as análises estatísticas. Ele explica que o levantamento foi feito a partir de questionários específicos. 80% das participantes de todo o estado responderam às perguntas online e 20%, presencialmente.
A pesquisa mostrou ainda que a gravidez não planejada é mais frequente entre as mulheres pretas ou pardas, com menor escolaridade, não casadas e que já tem outros filhos. O médico argentino Luís Bahamondes foi orientador da pesquisa de doutorado e falou sobre os custos sociais que envolvem uma gravidez não planejada.
O pesquisador citou ainda os impactos na administração pública, que poderiam ser evitados com contraceptivos mais eficientes no SUS.
O trabalho contou com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
