A quantidade de viagens no transporte público coletivo de Campinas registrou queda em 2024 e a tendência continua em 2025. Dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) mostram que, no ano passado, foram contabilizadas 120,2 milhões de passagens por catracas de ônibus, 3,94 milhões a menos do que em 2023, quando houve 124,2 milhões de registros.
O levantamento da Emdec considera o total de vezes que passageiros passaram pelas catracas, e não o número de pessoas transportadas — já que um mesmo usuário pode realizar várias viagens por dia.
Nos quatro primeiros meses de 2025, a redução continua. Foram 38,03 milhões de viagens, contra 39,89 milhões no mesmo período de 2024. Com isso, a média mensal caiu de 9,97 milhões para 9,5 milhões de passagens.
Entre os que deixaram o transporte coletivo está o militar Adriel Mota. Ele diz que, mesmo gastando mais, prefere usar o carro particular comprado recentemente.
Já Sophia, que costumava usar ônibus diariamente, trocou o coletivo por motocicletas por aplicativo.
O presidente da Emdec, Vinícius Riverete, aponta três fatores principais para a queda na demanda: a migração para transportes por aplicativo, o crescimento do trabalho remoto e o aumento da frota de motocicletas, que teria sido impulsionado pelo atual cenário econômico.
Além desses motivos, passageiros ouvidos pela EPTV no Terminal Central relataram problemas como atrasos, superlotação e falta de conforto.
Embora a licitação do novo sistema de transporte ainda não tenha prazo definido para ser concluída, Riverete acredita que a renovação da frota pode ajudar a recuperar passageiros.
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que os atrasos mencionados na reportagem ocorreram por conta de um acidente com um dos veículos e também pela quebra de outros dois.