O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga se as mortes de 63 cavalos têm relação com o consumo da ração Forrage Horse, da Nutratta Nutrição Animal, cuja venda e consumo foram proibidos após a constatação de “indícios da presença de contaminantes que podem prejudicar a saúde dos animais”.
A fabricante do alimento, sediada em Goiás, teve as atividades suspensas de forma cautelar. De acordo com o Mapa, a empresa iniciou o recolhimento dos produtos nos pontos de venda e junto aos clientes.
Em Indaiatuba, foram registradas 26 mortes de equinos, além de casos em Mogi Guaçu e Jundiaí. Os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro também registraram óbitos. O Ministério avalia se todas as mortes estão associadas ao produto.
Em Indaiatuba, as mortes ocorreram entre o dia 23 e o final de maio. Os responsáveis pelos cavalos informaram que eles apresentaram desânimo e, posteriormente, sintomas de um quadro hepático. Todos os animais tinham acesso à mesma ração, o que levantou a suspeita de intoxicação alimentar.
Fernando Barbosa é comerciante e tinha um cavalo que ficava em um haras de Indaiatuba. Ele conta sobre a perda do animal.
Na semana passada, técnicos do governo visitaram propriedades com animais atingidos para acompanhamento do caso, inclusive em Indaiatuba.
A coordenadora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, Carla de Carvalho, explica que o conselho solicitou investigação sobre o trabalho dos técnicos responsáveis pela fabricação. .
Proibição da venda e consumo
Em ofício publicado na quarta-feira (4), o Ministério da Agricultura e Pecuária determinou, de forma cautelar, a proibição da comercialização e do consumo de uma ração da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., especificamente do lote produzido a partir de 8 de março de 2025. O documento solicita a apreensão do produto em caso de fiscalizações.
O que diz a empresa?
A Nutratta informou ao g1 que aguarda análises de laboratório para identificar o que teria provocado a suposta contaminação do produto, apontado como causa provável para a morte de equinos.
O advogado que representa a Nutratta, Diêgo Vilela, disse que a empresa se solidariza com as perdas, mas ressalta “que não pode assumir qualquer responsabilidade pois, tecnicamente, não há nenhum elemento que estabeleça nexo entre o consumo da ração e a mortalidade dos equinos”.
Diego também confirmou que o Ministério da Agricultura suspendeu as atividades da fábrica, na cidade de Itumbiara. A paralisação é uma medida cautelar, e a empresa informou que vai recorrer da decisão, tanto no Ministério quanto na Justiça.
Com informações da EPTV Campinas*