A Polícia Civil realizou na manhã desta terça-feira (17), a Operação Jogo Duplo, que prendeu quatro pessoas suspeitas de envolvimento na morte de um casal de empresários de Araraquara. Os corpos das vítimas foram encontrados dentro de um carro, em um chácara na serra do município de São Pedro.
Segundo as investigações, os mandantes do crime seriam os advogados das vítimas. As mortes foram causadas por razões patrimoniais.
Durante a investigação, foram analisados processos em que os investigados representavam as vítimas e descoberto que o casal foi induzido ao erro, o que gerou o depósito de mais de R$ 2,8 milhões em despesas processuais que não existiam.
De acordo com as investigações, Rosana Ferrari, de 61 anos, e José Eduardo Ometto Pavan, de 69, saíram de Araraquara no dia 4 de abril para passar o fim de semana na propriedade da família, na serra de São Pedro.
No caminho, os dois pararam em um sítio, também de propriedade do casal, na zona rural de São Pedro. Neste endereço, eles foram vistos pela última vez com vida acompanhados de um dos suspeitos de envolvimento nos assassinatos.
Na mesma data, à noite, a investigação apontou que o veículo foi levado para a chácara onde o casal passaria o fim de semana, com os corpos das vítimas dentro. Um parente do casal foi ouvido pela Polícia e afirmou que, pela forma como o veículo era conduzido, não foi dirigido por nenhuma das vítimas.
Outro ponto apontado nas investigações é de que o alarme da casa não foi desligado. O carro, que tinha um cooler com alimentos perecíveis, também não chegou a ser descarregado. Os corpos de Rosana e José Eduardo foram localizados somente no domingo (6), durante à noite.
Os advogados investigados falsificaram boletos para recolhimento de custas e despesas processuais, comprovantes de recolhimento e até uma decisão judicial. Sob a alegação de “proteção patrimonial”, os investigados se apropriaram de cerca de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas. Após os desvios, os advogados investigados encomendaram a morte do casal.
Foram presos os advogados das vítimas, que possuem escritório na cidade de São Carlos. Também foram presos outros dois homens, na cidade de Praia Grande, que teriam sido contratados para a execução dos assassinatos.
Foi determinado o sequestro de bens dos advogados investigados e o bloqueio de contas bancárias de todos os investigados.
A defesa dos dois advogados afirmou que as provas do indiciamento são “frágeis”. Reginaldo da Silveira afirmou ao Grupo EP que havia uma relação de escritório de advocacia, em que honorários eram pagos através de imóveis e não em dinheiro.