O vereador Vini Oliveira (Cidadania) e dois assessores foram ouvidos nesta terça-feira (17) na Câmara de Campinas durante a segunda rodada de depoimentos da Comissão Processante (CP) que apura se ele cometeu infrações político-administrativas. A investigação tem como foco uma vistoria feita por Vini no Hospital Mário Gatti, no dia 1º de janeiro deste ano, que foi filmada e publicada nas redes sociais.
Na semana passada, a CP já havia ouvido testemunhas indicadas pela médica Daiane Copercini — autora da denúncia — além da própria denunciante. Segundo Daiane, Vini entrou no hospital por volta das 20h, durante o plantão noturno, gravou imagens dos pacientes e da equipe médica e divulgou o conteúdo nas redes sociais, onde o vídeo teria ultrapassado 20 milhões de visualizações.
No depoimento, a médica relata que o vereador a acusou de estelionato, insinuando que ela não estaria trabalhando. Porém, a médica alega que estava em horário de jantar e acabava de retornar ao plantão quando se deparou com Vini Oliveira no hospital.
Já durante o depoimento de Vini, o vereador afirmou que sua intenção não era expor ninguém, mas sim mostrar problemas enfrentados pela população na área da saúde. Ele disse que estava apenas cumprindo o papel como vereador.
O vídeo foi retirado do ar por decisão da Justiça. Mesmo assim, durante a oitiva, a presidente da comissão, vereadora Mariana Conti (PSOL), descreveu o conteúdo das imagens com base no que foi registrado.
Além de Vini, também prestaram depoimento os assessores Rafael Silva do Prado e Henrique Madson Berteli Eloy, que acompanharam o vereador no dia da vistoria. Depois de cerca de duas horas de perguntas, Vini disse acreditar que os vereadores tomarão a melhor decisão para a cidade.
Mais tarde, em entrevista exclusiva à CBN, o prefeito Dário Saadi comentou o caso. Para ele, cabe apenas à Câmara decidir os próximos passos do processo.
Agora, a defesa do vereador tem cinco dias para apresentar as alegações finais. Em seguida, o relator Nelson Hossri (PSD) deve entregar o parecer até o dia 26. A comissão, que também conta com os vereadores Mariana Conti e Nick Schneider (PL), vai analisar o relatório no dia seguinte.
A decisão final será do Plenário da Câmara. O relatório pode recomendar o arquivamento do processo ou a cassação do mandato. Para que a cassação aconteça, são necessários ao menos 22 votos favoráveis entre os 33 vereadores da Casa.