“Um ato de amor que conclama o espectador a refletir sobre atitudes que podem ajudar na reinserção de um dependente químico à vida”.
Assim o autor José Scavazini define o espetáculo AGORA, com direção de Marcos Caruso. A peça será encenada em Indaiatuba (18 e 19 de junho) e Limeira (25 de junho e 31 de julho). No segundo semestre, a montagem será apresentada em São Paulo (SP).
Marcos Caruso concedeu entrevista ao Espaço CBN Cultura sobre o processo de direção do espetáculo. Para ouvir, clique aqui
Após cada sessão haverá um debate com a plateia, onde se alternam mediadores como o diretor Marcos Caruso e o médico Dráuzio Varella, entre outros convidados. No elenco, além do próprio Scavazini, estão os atores Carlos Mariano, Ailton Rosa e Carlos de Niggro.
AGORA é o segundo espetáculo da trilogia iniciada com AINDA, que estreou em 2007 e permaneceu em cartaz durante seis anos, trazendo para o palco um dos temas que mais aflige a sociedade contemporânea: o comportamento, uso e abuso das substâncias químicas. Assim como seu antecessor, é parte de um projeto de cidadania que realiza ações sólidas, compartilhadas com inúmeras autoridades da área de prevenção e combate ao uso da droga. O terceiro e último texto, intituladoDEPOIS, está em fase final de elaboração.
Enquanto AINDA mostra a descoberta da dependência de um jovem usuário de drogas e a revelação para a família, AGORA enfoca o estágio mais avançado da doença, que é o tratamento. Os questionamentos envolvem fatos recentes do cotidiano, que crescem de forma inesperada sem que haja tempo de ajuizar sobre eles.
Em cena, quatro dependentes químicos convivem numa comunidade terapêutica de recuperação. Ribeiro (Carlos Mariano), 50 anos, está há três meses internado, por conta do uso de crack; Toni (Ailton Rosa), 30 anos, é usuário de cocaína, está na clínica há 20 dias; Flavinho (Carlos de Niggro), 27 anos, foi internado há uma semana por conta do uso de maconha; e Gil (José Scavazini), 52 anos, acaba de chegar à clínica: é alcoólatra. Todos são colocados em situações de desespero e agonia, confinados, revelando dores, fragilidades e a dificuldade em lidar com a abstinência.
O texto, fruto de um trabalho de pesquisa realizado durante seis anos por Scavazini, não aponta um modelo ideal para a recuperação dos dependentes químicos, mas mergulha no grito do ser humano preso nos limites de si mesmo.
O resultado deste longo processo é um espetáculo ágil, com pouquíssimos elementos cênicos, em contraponto a uma estética que se utiliza de telas e projeções, transformando o palco numa zona de confinamento real e, ao mesmo tempo, lúdica.
“Inúmeras pessoas e famílias repensaram suas trajetórias a partir do espetáculo. Espero que estejamos abrindo portas e janelas para aqueles que estão ou poderão vir a ficar sem saída”, comenta o diretor Marcos Caruso.
Ao dar continuidade a ideia nascida com o espetáculo AINDA e ao engajamento que este grupo de artistas vivenciou desde então, o projeto busca ampliar os bons resultados obtidos junto às comunidades, programas e profissionais da área de saúde.
“Colhemos um material muito vasto e significativo. Não é nada fácil transpor este conteúdo para uma peça de teatro. Acredito que, neste sentido, AGORA tem intenção de provocar debates e atitudes, principalmente das autoridades, para que tenham um maior comprometimento sobre a questão da dependência química”, completa Scavazini.
Serviço:
Indaiatuba
18 de junho, terça-feira, 20h30 / 19 de junho, quarta-feira, 20h30
CIAEI – Sala Acrísio de Camargo
Av Eng. Fabio Roberto Barnabé, 3665 – Jardim Regina / Tel.: (19) 3801-9191.
Após cada sessão, haverá um debate.
(texto: assessoria de imprensa)
