A justiça de Valinhos interditou o Centro Terapêutico Recanto Primavera, após receber as denúncias do Ministério Público sobre práticas irregulares, violentas e agressivas no estabelecimento. A clínica, que atendia dependentes químicos internados involuntariamente, foi alvo de uma investigação devido ao alto número de denúncias. Durante a investigação, os órgãos de fiscalização realizaram várias visitas ao estabelecimento, que nunca teria adequado às exigências previstas na lei sobre a proteção e os direitos dos internos. Por causa das denúncias, o Conselho Regional de Medicina abriu uma sindicância que concluiu que, além das irregularidades técnicas e administrativas, a clínica apresentava ausência de registros médicos regulares em prontuários e falta da ficha para a prescrição médica.
De acordo com o promotor de Valinhos, Bernardo Fajardo Lima, as investigações apontaram que os pacientes eram agredidos, fato que foi confirmado pelos laudos apresentados pelo Instituto Médico Legal, depois da realização de exames de corpo delito nos internos. Os responsáveis pela clínica poderão responder criminalmente por sequestro e maus tratos. Segundo o promotor Bernardo Fajardo Lima, no processo foi citada a morte de um paciente, que durante o procedimento de internação involuntária, foi espancado e recebeu uma injeção contendo um medicamento. Ele afirma que a vítima era alérgica a droga.
Os responsáveis pelo Centro Terapêutico Recanto Primavera foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados para comentarem sobre as denúncias do Ministério Público de Valinhos. Eles poderão recorrer da decisão e tentar impedir a interdição da clínica.
