Comemorando 20 anos de carreira, a banda Família Lima gravou DVD comemorativo no Auditório Ibirapuera em São Paulo. Um dos principais diferenciais da banda é a mistura do erudito com o rock, o pop e até a música eletrônica.
A banda é composta por Zeca, Lucas, Amon, Moisés e Allen, que levaram a plateia que lotou o auditório Ibirapuera ao delírio com músicas conhecidas como ‘Primavera’, ‘Funicu Li Funico Lá’ e até releituras como ‘Toda Forma de Amor’, de Lulu Santos.
O bom humor da Família deu o tom do show todo e a plateia participou do começo ao fim e não se importou, aliás, até se empolgou ainda mais com a dinâmica do registro em DVD, que pede algumas repetições de músicas e pausas não tão usuais em shows comuns.
Zeca, o pai, comanda boa parte da união entre a plateia e os músicos durante o show. Os olhares mais atentos perceberam a emoção dele em cada música ao ver a banda que começou em 94 no Rio Grande do Sul se tornar uma referência musical de alta qualidade no país.
Na voz, violino, guitarra e arranjos está Lucas Lima, que não imaginava que muitas pessoas iniciassem um gosto musical mais apurado e até começasse estudos de violino por influência da Família Lima.
Os convidados tornaram a noite de 12 de outubro ainda mais especial: o guitarrista da mundialmente conhecida banda Sepultura, Andreas Kisser, é fã da sonoridade da Família Lima que de acordo com ele, pode não parecer, mas tem algo de metal. Já um dos principais nomes da música sertaneja do Brasil, Xororó, foi outro convidado da noite e explicou como recebeu o convite para participar, na viola, da música “O Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos.
Um dos diferenciais ao se apresentar no auditório do Ibirapuera é poder usar das soluções arquitetônicas de Oscar Niemeyer criada em 1950, mas que apenas em 2003 foi realmente inaugurado e aberto ao público.
Uma das principais e mais impactantes é a oportunidade de ter a vista do próprio Parque Ibirapuera de fundo, mesmo de dentro do auditório – quando a parede de mais de 20 metros de altura, feita em chapa de ferro e tratamento acústico – é aberta automaticamente surpreendendo a plateia.
Em dois momentos, que podemos chamar de momentos campineiros, esta solução muito bonita visualmente foi usada: na abertura com ‘O Guarani’ de Carlos Gomes e na terceira e última participação especial do show: Sandy, que cantou um clássico do compositor Nepomuceno, um dos que mais lutaram a favor da nacionalização da música erudita em meados de 1900. A música é ‘Coração Triste’ e letra de Machado de Assis. A cantora explica que a escolha desta música por Lucas, marido dela, tornou o convite irrecusável.
O Dvd está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2015.
