Após seis anos, terreno polêmico no Taquaral é colocado à venda

A construtora Ecoesfera confirmou que o terreno de mais de 7 mil metros² na Av. Almeida Garret, no Parque Taquaral, em Campinas foi colocado à venda e está recebendo propostas. No local há o esqueleto dos primeiros andares de um prédio e a base de outro. Que comprar vai ter que arcar com os custos da demolição e limpeza de entulhos. O valor anunciado em uma imobiliária da cidade é de R$ 2 milhões.

Essa área tem história… Em 2009, as obras do empreendimento Ecolife foram embargadas, após uma lei municipal de 2003 ser considerada inconstitucional pela Justiça.

O projeto previa a construção de duas torres de 16 andares, com quatro apartamentos por andar, com vista para a lagoa do Taquaral, conceitos de sustentabilidade e localização privilegiada.

Com o lançamento da planta, cerca de 70% das unidades foram rapidamente vendidas.

Mas, quem já morava no bairro não gostou da novidade. A construção da Ecolife Taquaral se baseava na lei que mudou o zoneamento de cerca de 20 lotes em Campinas, autorizando a construção vertical no espaço.

Lourival foi uma dos moradores que se mobilizou contra a legislação, que segundo ele foi votada de forma bem discreta. Ela fala que não houve participação da comunidade e questionou a questão dos estudos do empreendimento.

A força dos moradores teve efeito e as obras tiveram que parar. A notícia surpreendeu os cerca de 200 compradores, entre eles, Marcelo Dias que estava de casamento marcado e na hora da compra tinha recebido uma garantia da regularidade da construção. Sem o apartamento, o período foi de dificuldade.

Com ocasião do embargo, a construtora reembolsou todos os compradores do empreendimento Ecolife.

Hoje, o espaço é totalmente murado, só de perto se consegue ver o esqueleto de um dos edifícios, que teve os primeiros andares erguidos. A calçada no trecho da Almeida Garret tem um mato mais alto, assim como dentro do local, onde mora uma família de caseiros.

A reportagem conversou com esses funcionários que estão há quatro anos cuidando do espaço, contratados pela Ecoesfera, para o cuidado e manutenção do lugar.

Leonildo é morador dessa região no Parque Taquaral e também foi contra a construção dos prédios no espaço. Para ele, é melhor essa área com alguns entulhos e o esqueleto do prédio, do que edifícios.

Pela situação do local, o risco de criadouros da dengue é uma atenção constante, tantos dos caseiros, como dos moradores do entorno. A Vigilância Sanitária de Campinas informou que já fez a verificação no terreno e recebe as solicitações da população. O espaço não é considerado crítico pela Secretaria de Saúde.

 

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